Essa semana vamos publicar um artigo muito interessante sobre a Bienal de Arquitetura de Veneza, escrito pela nossa correspondente de Copenhagen, Mariana Matarazzo.
Arsenale Galeria |
A Bienalle Architettura di Venezia teve sua 13a edição este ano, minha primeira vez e garanto, não tem nada mais interessante do que isso. Recomendo não só para estudantes de arquitetura como eu, mas também para amantes de arte e para aqueles curiosos em saber o que se passa na mente dos grandes nomes da arquitetura, para assim, entender melhor a origem de grandes obras, um prazer sem fim.
Arsenale |
O programa requer no mínimo dois dias pois a exposição é grande e acontece no Giardini, no Arsenale, e em alguns pontos espalhados pela cidade.
Este ano ela foi curada pelo arquiteto David Chipperfield sob o tema: Common Grounds, o que possibilitou uma vasta quantidade de interpretações. Nas palavras do curador do pavilhão brasileiro Lauro Cavalcanti, este tema propõe uma reflexão sobre: “pontos de acordo; espaço de convivência; interfaces das áreas de conhecimento; diálogo de arquitetos de gerações distintas; cruzamento de arquitetura, artes plásticas, história e pensamentos sobre a cidade; expressões locais e internacionais.”
Pavilhão Nórdico |
No Giardini você encontrará os pavilhões de cada país imerso em um grande jardim, onde as nações apresentam algum destaque da sua produção local ou uma questão polêmica que eles estejam enfrentando. O destaque absoluto é o pavilhão Nórdico do arquiteto vencedor do Pritzker Prize, Sverre Fehn, que concilia com perfeição, espacialidade ampla, integração do espaço interno com o externo, atmosfera serena através da luz difusa e uma temperatura agradável - imperdível.
O pavilhão brasileiro, por sua vez, é assinado pelos arquitetos Henrique Mindlin, Giancarlo Palanti e Amerigo Nino Marchesin e este ano homenageou os arquitetos Lúcio Costa e Marcio Kogan como representantes de duas gerações de arquitetos com atuação interdisciplinares. Outro destaque é o pavilhão finlandês, do arquiteto Alvar Aalto que seria apenas um pavilhão temporário e foi restaurado para a mostra deste ano.
Pavilhão Chinês |
Pavilhão Japonês |
Também é possível viver a Bienalle pela cidade a fora. Caminhando pelas ruas de Veneza você encontrará alguns pavilhões de países ou exposições. Além de poder viver a mostra em meio o labirinto veneziano, é uma experiência inusitada, e a cada pavilhão encontrado a sensação se torna ainda mais gratificante.
A exposição de Álvaro Siza é sem dúvida um desses encontros. Seus desenhos despretensiosos feitos durante viagens ao longo de sua vida foram expostos e são extremamente sensíveis em “Viagem sem programa.”
Veneza |
Ou seja, todos reunidos, pensando sob um mesmo tema as questões da atualidade e a importância da arquitetura – e das artes - nos dias de hoje e para o futuro. Os edifícios, as técnicas, as inspirações, os problemas, os sucessos, tudo em um dos cenários mais bonitos do mundo.
A dica é: corra para Veneza.
texto_mariana matarazzo
fotos_axel chevroulet
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