Com o sucesso do artigo anterior, tivemos a idéia de escrever essa semana sobre alguns dos principais ateliers de São Paulo. Como faço parte do Núcleo de Arte Contemporânea do MAM, tenho o privilégio de visitar alguns dos mais importantes da nossa cidade.
Vamos viajar junto com eles nesse mundo de talento e criatividade, onde vocês irão encontrar detalhes da história de cada artista, os prêmios conquistados e claro não podia faltar, muitas e muitas fotos interessantes.
French Atelier
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Maria Bonomi
Maria Bonomi
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Vamos começar com o atelier de Maria Bonomi, que fica numa casa super simpática aqui em São Paulo. Visitamos todo o atelier que é bem grande e tem uma parte de vendas, desde objetos para presentes até lindas gravuras. Dá vontade de comprar tudo!
"Vitalidade, veemência, paixão, ousadia formal são as características da obra gráfica desta artista que soube transmitir às suas gravuras a paixão de seus sentimentos e a densa expressividade da síntese formal".
Essa foi a descrição dada pelo premiado Lívio Abramo, que é
considerado o introdutor da gravura moderna no Brasil.
Maria Bonomi, nasceu na Itália, brasileira por opção, e é uma das mais renomadas artistas do Brasil. Gravadora, escultora,
pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora. Veio
para o Brasil em 1946 fixando-se em São Paulo. Recebeu bolsas de estudos no
exterior e desde 1970 passou a dedicar-se a escultura. Produz painéis
de grandes proporções para espaços públicos. Em 1999 defendeu o
doutorado com a tese Arte Pública na ECA/USP.
Painel Etnias. Memorial da America Latina SP |
Ao expor na 5ª Bienal de Paris, em 1967, na qual recebeu o primeiro prêmio, lutou para que as gravuras fossem expostas em paredes, e não em balcões ou vitrines, como páginas de livros, o que era usual na época. Ela acredita que assim, modifica-se a relação do público com a gravura e também do artista no exercício de gravar. Ao insistir ao longo de sua carreira nas grandes tiragens, permitiu que um maior número de pessoas tivesse acesso as obras.
Pode-se ver as obras de Maria Bonomi em vários espaços públicos em São Paulo. Uma delas é a Igreja
Nossa Senhora Mãe do Salvador, mais conhecida como Igreja da Cruz Torta em Alto
de Pinheiros.
Igreja
da Cruz Torta
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O crucifixo no centro da igreja é sustentado por uma corrente e iluminado pela
claridade vinda da abertura de vidro. "Era um projeto arrojado. As beatas
do bairro diziam que eu não podia fazer a obra porque era divorciada e
comunista", conta a artista.
Outros locais que recomendo são: o Palácio dos
Bandeirantes e a estação de metrô Jardins.
Metrô Jardins
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Caio Reisewitz
Caio Reisewitz
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Caio Reisewitz nasceu em São Paulo, onde vive e
trabalha e tem obras em importantes coleções públicas e particulares no Brasil
e no exterior.
Formado em comunicação visual pela FAAP, estudou na Escola Superior de Artes de Darmstadt na Alemanha e na Johannes Gutenberg-Universität Mainz, especializando-se em fotografia. Retornou a São Paulo em 1997 e desde então não para de ganhar prêmios.
Desde do inicio de sua carreira ele vem brilhando: participou da Bienal de Veneza em 2005 e do festival PhotoEspaña, em 2006. Explora na sua obra as relações entre o registro documental e a arte, e também entre o político e o estético.
Arco
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Uma das características do trabalho do Caio é o interesse pela paisagem, seja a natural, com cenas da natureza ou a construída pelo homem, como o interior de igrejas barrocas.
"Existe a realidade como ela é e a construída. O interior de uma igreja barroca, por exemplo, é uma obra de arte em si, plena de detalhes requintados. E também há cenas da natureza em que, apesar de ser uma realidade direta, ela é tão elaborada que você pode pensar que foi construída, ou teve algum tipo de montagem e manipulação, o que não ocorreu", observa. Outro aspecto do trabalho do fotógrafo é a quase total ausência do ser humano.
Nazareth Pacheco
Nazareth Pacheco
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A visita ao atelier de Nazareth Pacheco foi marcante para todos os membros do Núcleo, sua trajetória de vida não foi fácil e ela nos contou de uma maneira muito emocionante como ela conquistou seu espaço. Suas obras mostram a força de toda sua história de vida.
Nazareth cursou artes
plásticas no Mackenzie em 1985 e dois anos depois realiza sua primeira mostra
individual de Arte Visual no Espaço Cultural Julio Bogoricin. Iniciou suas
experiências com ready-mades em 1986 após participar de workshop ministrado por
Guto Lacaz. Um ano depois viajou para Paris e freqüentou o Atelier de escultura
da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts.
Participou da XX Bienal Internacional de São Paulo. Em 2002 defendeu a dissertação ‘Objetos Sedutores’ pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Sua obra "Gilete Azul" provocou discussões e comentários da psicanalista Miriam Schnaiderman.
Gilete
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Desde o início de sua trajetória, Nazareth se dedica ao campo tridimensional. Suas primeiras peças são realizadas em borracha e
apresentam pinos pontiagudos do mesmo material. Para o curador e historiador Tadeu Chiarelli, elas já revelavam uma carga de agressividade, por sua semelhança
com objetos de tortura.
Descortinando a Arte |
No final da década de 1990, a artista começa a agregar metais, como filetes de aço, cobre e latão, aos trabalhos em borracha. Passa a confeccionar peças com objetos que não podem ser tocados, unindo miçangas ou cristais de vidro a agulhas, lâminas de bisturis ou de barbear e anzóis, criando com eles adornos e vestimentas. Inicia também as pesquisas com um novo material, o acrílico cristal, projetando objetos como bancos ou berços, aos quais agrega instrumentos cortantes ou perfurantes.
Vestuário
da Arte
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Em 1992, a artista realizou os ‘Objetos
Aprisionados’, compostos por uma série de caixas que contêm objetos e
documentos de caráter autobiográfico, alguns relativos a tratamentos médicos e
estéticos a que ela esteve submetida, reunindo fotos, radiografias, relatórios,
frascos e chumbo. Segundo a estudiosa Elizabeth Leone, nos anos seguintes sua
reflexão extrapola a questão pessoal e passa a considerar o corpo feminino como
lugar de práticas médicas que visam adaptá-lo a "aprimoramentos
estéticos".
Eli Sudbrack
Eli
Sudbrack
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Visitamos o atelier de Eli num sábado de manhã e ele falou bastante sobre sua carreira, sua vida em Nova York, suas obras, foi fascinante! Hoje ele é o responsável pelo logo do MAM, e teve que se restringir as cores vermelho, preto e branco.
No seu último trabalho, como matéria-prima, usou revistas de mulheres nuas e fez colagens em cima das partes pudicas, e pudemos ver todas as obras que estavam em cima de sua mesa de trabalho.
Eli tem o hábito de anotar e desenhar em pequenos cadernos tudo que lhe chama a atenção. Tivemos acesso a esse material que foi super interessante para ver como ele cria suas obras.
Eli Sudbrack já emprestou seu talento pra diversas marcas, de Amapô à Comme des Garçons. Carioca, ele é um dos responsáveis em Nova York pelo Assume Vivid Astro Focus, o AVAF, que recentemente trabalhou com Lady Gaga na concepção de sua loja temporária dentro da gigante Barneys. Ele também trabalhou com a Gisele Bundchen numa edição de 2012 da revista "Vogue" no Brasil. Capa e recheio da publicação, a topmodel brasileira foi clicada pelo badalado Patrick Demarchelier em Nova York e teve como cenário as obras de arte de Eli Sudbrack e Christophe Hamaide Pierson. Foi o maior sucesso!
Alguns de seus projetos solo que vale a pena
destacar foram: Massimo de Carlo Gallery, Milan, Italy. Hiromi Yoshi Gallery,
Tokyo, Japan. Galeria Triângulo, São Paulo, Brazil. Deitch Projects,
New York. Foi dele o projeto da Festa Panorama do MAM.
Festa Panorama no MAM
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Claudia Jaguaribe
Cláudia tem o atelier em sua casa e nos recebeu super bem, mostrando todas suas obras e contando um pouco sobre seu trajeto artístico. É uma carioca muito simpática que mora e trabalha em São Paulo.
Desde 1988 ela participa de exposições nos principais museus e galerias do Brasil e no mundo. É formada em História da Arte, Artes Plásticas e Fotografia. Faz trabalhos incríveis misturando a natureza com assuntos do cotidiano resultando em fotos magníficas como na série da Biblioteca.
Série
Quando Eu Vi
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Seus vídeos já foram exibidos nos principais festivais
nacionais e internacionais, como o Alucine - Toronto, Mostra Audiovisual Paulista,
e Festival de Santiago Alvarez - Cuba. E seus
trabalhos estão nas principais instituições de arte contemporânea
públicas e privadas brasileiras e no exterior tais como: Coleção Itaú Cultural,
MAM, MASP, Instituto de Arte Contemporânea Inhotim, Maison Européenne de la
Photographie entre outras.
Série São Paulo
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Com quase 25 anos de uma carreira sólida e
reconhecida, Claudia trabalha diariamente em novos projetos, idéias e livros.
Por isso, é uma das maiores referências da fotografia nacional. E ao Lançar o
livro ‘Entre Morros’ mais uma vez se alto - superou.
Encontro
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‘Entre Morros’ mostra o Rio de Janeiro
dos cartões postais com outros olhos e novas perspectivas. As cenas,
reconhecíveis, não são tão reais e deixam dúvidas. O improvável faz parte das
imagens que foram cuidadosamente “geradas” pela câmera. Mas do que um livro
sobre uma paisagem construída, e desconstruída, ‘Entre Morros’ é um
passeio estético por cenários deslumbrantes e caóticos.
Menina da Laje
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E por último vamos falar de um novo projeto
de duas meninas que achamos muito interessante.
Fernanda Brenner e Marta Ramos Izquierdo
Associação Pivô
São Paulo ganhou um presente de artistas
que colocaram o Pivô, no Edifício Copan.
A Pivô é uma associação cultural sem fins lucrativos
fundada em 2012 e destinada à realização de atividades de experimentação
artística que propõem questionamentos críticos no campo da arte, da arquitetura,
do urbanismo e de outras manifestações contemporâneas.
Espaço Pivô
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A origem do nome Pivô, é por causa do
contato que eles fazem entre os artistas e o público.
A Associação Pivô está localizada no Edifício Copan, em
um espaço de 3.500 metros quadrados, dividido entre o térreo, sobreloja e foyer.
O Copan, é uma das obras de Oscar Niemayer e um marco da arquitetura moderna situado
no centro de São Paulo.
É bem diferente de uma galeria, eles não representam
comercialmente nenhum artista e nem tão pouco possuem acervo. É um lugar que se
molda com as necessidades de cada projeto, facilitando e dando apoio para cada
artista, não esquecendo que estamos falando sempre de arte contemporânea. A Pivô também cria parcerias com galerias de arte.
Tem tudo para se tornar um dos melhores lugares da
cidade para a arte e cultura atuais. É fascinante ver esse espaço, que ficou
vaziou durante 20 anos, ser alugado pela Fernanda Brenner e sua turma de
artistas, e ver o despertar desse espaço.
Espero que vocês gostem. Boa Páscoa!
- Colaborador Pedro Henrique A. Pereira.
Parabens Yeda,seus roteiros são interessantes e praticos.Bjs"
ResponderExcluirObrigada Almira
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