terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Viagem ao Golfo Pérsico


Continuando nossa viagem pelo Golfo Pérsico ir de carro de Dubai para Abu Dhabi, 140 kms. Abu Dhabi fica em uma ilha ligada ao continente por cinco pontes. Chama a atenção a avenida da praia é linda e toda florida. Os escritórios oficiais do governo e as embaixadas ficam em Abu Dhabi, cujo presidente hoje é o famoso Sheik Khalifa Bin Zayed Al Nahyan



Curiosidade

Uma das edições de janeiro da revista Point de Vue trás na capa a Rainha Elizabeth II (12a maior fortuna mundial) e o Sheik Khalifa ben Al-Nahyan (4a maior fortuna mundial) para ilustrar a matéria sobre o livro do escritor Pascal Dayez-BurgeonLa Fortune des Rois”.


Capa da Revista Point de Vue


Visitar a mesquita Sheik Zeilah, enorme e linda com suas 82 cúpulas. Cabem 41 mil pessoas! Foi construída entre 1996 e 2007 e dedicada ao Sheik Zayed bin Sultán al Nahyan, fundador e primeiro presidente do país, falecido em 2004 e enterrado na mesquita.


Mesquita Sheik Zeilah


Interior Mesquita Sheik Zeilah


Ver o maior tapete persa do mundo no interior da mesquita! realmente é muito bonito, muito verde (o Sheihk queria trazer um jardim para dentro da mesquita), feito por 1.200 mulheres iranianas durante dois anos. Os lustres de cristal swarovski são maravilhosos e enormes.


Tapete Mesquita Sheik Zeilah


Para entrar na mesquita é obrigatório cobrir a cabeça: na entrada da mesquita tem uma sala com écharpes e túnicas longas, todas pretas, que eles emprestam para as turistas poderem entrar. 

Nas paredes da mesquita há vários relógios enormes mostrando: o ano que eles estão (1.433 - ano islâmico) e o nosso ano (2.012 - ano cristão), e os horários diários que os fiéis devem rezar, sempre virados para Meca. 



Relógio da Mesquita Sheik Zeilah


As paredes são decoradas com muitos desenhos de flores pintadas de várias cores, muito bonitas. Na religião muçulmana é proibido o uso de figuras de santos nas mesquitas.



Paredes da Mesquita Sheik Zeilah


O banheiro das mulheres é super organizado e limpo, chega até a ser bonito. São várias fontes com torneiras em volta e banquinhos para que as mulheres possam se sentar e fazer o ritual da purificação antes de entrarem na mesquita: lavar o rosto, as mãos e os pés três vezes antes da reza, pois são as partes do corpo que podem fazer tanto o bem como o mal.


Banheiro da Mesquita Sheik Zeilah


Visitar o Emirates Palace Hotel, a construção de hotel mais cara do mundo, três bilhões de dólares!!! maravilhoso!! a guia disse que estávamos hospedados no hotel para podermos entrar. Vale muito a pena tomar um café lá, é muito chique!


Entrada do Emirates Palace Hotel


Vista para a praia do Emirates Palace Hotel


Passar pela Ilha Saadiyat, felicidade em árabe, um mega empreendimento imobiliário de 30 bilhões de dólares em uma ilha de 27kms quadrados!!!

Abu Dhabi tem grandes planos para a Ilha Saadiyat e como é de se esperar, todos ambiciosos e milionários. No momento a ilha é um verdadeiro canteiro de obras. Será o único local do mundo onde cinco arquitetos ganhadores do Prêmio Pritzker terão obras um ao lado do outro: Guggenheim de Frank Gehry, Louvre de Jean Nouvel, um Centro de Artes de Zaha Hadid, Museu Zayed de Norman Foster e Museu Marítimo de Tadao Ando


Museu do Louvre em Abu Dhabi

Guggenheim em Abu Dhabi

Museu Zayed em Abu Dhabi


A Universidade de Nova York abrirá um campus local. Tudo isso mostra o esforço para tornar Abu Dhabi a capital cultural do Oriente Médio em um polo global de arte. Investimentos bilionários em construção civil em Abu Dhabi concorrem com Dubai, e é impressionante a rapidez na alteração do perfil do skyline e da linha costeira da cidade, afinal há poucos anos, Saadiyat era apenas areia. 

Ir ao Ferrari Park que fica bem próximo ao circuito de Fórmula 1 de Yas Marina, na ilha de Yas. O parque é todo coberto, cabem até 10 mil pessoas e foi inaugurado em 2.010. São mais de 86 mil metros quadrados com 19 atrações, incluindo uma montanha russa, que simula um carro de Fórmula 1, considerada a maior e a mais rápida montanha russa do mundo, 240 kms por hora! Dá muito medo, mas é super rápida, a volta demora apenas um minuto. Mesmo para pessoas como nós, que não são nem um pouco aficionadas de parques de diversões, tivemos que reconhecer que esse é um espetáculo! Tudo muito bem organizado, limpíssimo, com ótimos kioskes de sanduíches e sorvetes espalhados por todo o parque!



Ferrari Park

Curiosidade

Religião muçulmana - é uma das mais rígidas, com muitas regras tais como: não podem beber álcool, a burca para as mulheres é obrigatória, rezar cinco vezes por dia sempre virados para Meca. É comum escutar ao longo do dia uma voz vinda de algum minarete próximo, chamando os fiéis para rezar: os microfones estão espalhados em todos os lugares, desde os souks até os shoppings. Os estrangeiros não podem entrar em todas as mesquitas.



SULTANATO DE OMAN
Ir de avião pela Oman Airways de Dubai para Muscat (uma hora de vôo), capital de Oman, país da península Arábica, ainda pouco conhecido. 
A cidade é no Golfo, muito simpática. Diferentemente de Dubai, onde o turismo é mais voltado para o luxo, Oman é um local perfeito para conhecer as belezas naturais: mais de 1,7 mil quilômetros de costa, cercadas de montanhas rochosas e desertos. 

Ficar no Hotel Shangri-La na praia, longe do centro da cidade, cerca de uma hora do aeroporto. O hotel está na frente de uma praia deserta muito bonita, de areia branca, água do mar turquesa. Quartos um pouco pequenos, a área da piscina é ótima para almoçar, relaxar e aproveitar para tomar um belo banho de mar. Em volta do hotel tem um curso de água onde as pessoas são levadas, em cima de bóias, pela correnteza para um passeio, uma delícia! 

Visitar a Grande Mesquita Sultan Qaboos de Oman, a maior e mais importante de Oman.


Mesquita Sultan Qaboos de Oman



Conhecer os palácios oficiais do Sultão que ocupam um quarteirão inteiro: acabaram de ser construídos e servem somente para receber visitas oficiais e despachar. É muito agradável andar a pé por toda a praça e pelos jardins que ficam ao lado mar. O Sultão mora em outro palácio fora da cidade. 

A estrada do hotel para a cidade é deslumbrante, vai margeando o golfo de Oman, no Mar da Arábia. Do outro lado da estrada só montanhas de pedra muito altas, céu sempre azul. Fica a 50 kms do Estreito de Ormuz onde está tendo o problema com o Irã. 



Yachts na beira da estrada



Forte Português - Muscat


Palácios do Sultão em Muscat



Jardins dos Palácios do sultão em Muscat


A rainha da Holanda estava hospedada em um desses palácios, por isso todas as avenida e ruas estavam decoradas com bandeiras da Holanda e de Oman intercaladas, deixando a paisagem muito alegre e colorida.

Segundo nossa guia, Muscat é a segunda cidade mais limpa do mundo (a primeira é Singapura).


Ir passear pela corniche e pelos souks, são bem bonitos, compras ótimas. O yacht do sultão é enorme e fica parado no porto da cidade.



Yacht do Sultão


Visitar o Museu de Muscat – bem interessante, com objetos locais da história deles. Na entrada do museu tem uma cidade em miniatura também bem interessante. 

Sair para o aeroporto para ir a Doha, capital do Qatar pela Qatar Airways. Uma hora e meia de vôo e uma hora a menos de fuso. Em Doha o mini bus leva 20 minutos do aeroporto até o hotel Ritz Carlton. O hotel tem vários restaurantes todos ótimos. Jantar no italiano Porcini, uma massa ótima. 
O buffet de café da manhã é o maior que já vi. Com tudo o que você pensar. O spa do hotel é ótimo, completo, com piscina, uma super sala de musculação, sauna, massagem. 
Jantar no restaurante francês do hotel, o La Mer, no 23o andar, uma vista da cidade deslumbrante.






Restaurante La Mer – Hotel Ritz Carlton


No hotel estavam hospedados 10 times de futebol juniores, inclusive o Vasco da Gama do Rio de Janeiro.



Piscina do Hotel Ritz Carlton



A população de Doha é de cerca de 800.000 habitantes, chegando a quase  1.700.000 em todo o Qatar, mas apenas 1/5 dela é de nativos, o restante são imigrantes, em sua maioria indianos. A cidade é linda, com prédios enormes; lembra Dubai, pois tudo é bem grande, com muitas construções.



Skyline Doha


Sair para um tour pela ilha artificial The Pearl, com prédios suntuosos para estrangeiros e filiais das melhores lojas que existem no mundo – a loja mais bonita do Hermès da vida. Uma área imensa, 400 hectares a beira-mar, com iates enormes, formando uma baía em meia-lua. Muito lindo mesmo, é o primeiro empreendimento urbano de Doha.



Vista panorâmica – The Pearl


Interior do Shopping – The Pearl


The Pearl


Sair pela corniche, avenida a beira da praia para o souk Waqif que vale muito a pena, principalmente pelas maravilhosas pashminas com preço muito bom. 

Vá visitar a loja do falcão, que é incrível: parece uma loja do Hermès tamanho é o bom gosto! um pet shop para falcões e águias, com todos os apetrechos tipo luvas, focinheiras, coleiras e bolsas lindas.


Loja Falcão


Visitar o Museu de Arte Islâmica, uma construção lindíssima a beira mar, dedicado às artes islâmicas. O acervo contem obras de três continentes, do século VII ao XIX, com uma iluminação perfeita e mais de 800 peças em 35 mil metros quadrados. 

Projetado pelo mesmo arquiteto que fez a pirâmide do Louvre, o chinês I. M. Pei também responsável pelo projeto da National Gallery of Art de Washington, da biblioteca Memorial Kennedy em Boston, do arranha-céu do Bank of China em Hong Kong e do Museu de História de Berlim. A construção, que tem forma cúbica, mistura elementos islâmicos e ocidentais, e é inspirada na fonte utilizada para banhos antes das rezas, que se encontra na Mesquita de Ibn Tulum, do século IX, no Cairo. 

A lanchonete fica na entrada onde tem um pé direito enorme com a parede toda envidraçada, dando a sensação que você está em alto mar. Não se esqueça de pedir uma pâtisserie que é muito especial!

A meta de sua Alteza o Emir do Qatar Sheik Hamad bin Khalfa Al Thani é transformar o Qatar em uma grande capital cultural.





Fachada do Museu de Arte Islâmica



Interior do Museu de Arte Islâmica


Visitar Katara Cultural Village, perto da lagoa de West Bay. Uma vila de 99 hectares construída para refletir a tradição de Qatar através da arquitetura tradicional e que abriga as mais diversas atividades culturais. É uma ilha artificial, sonho realizado do Sheik Hamad bin Khalfa Al Thani, projeto de 82 milhões de dólares, que inclui: anfiteatro aberto para cinco mil pessoas, teatro, filarmônica (segundo nos falaram o regente Zubin Metha já está contratado para a próxima temporada), livrarias, galerias de arte, mercados, artesanato, lojas e restaurantes. Os visitantes podem passear por todo o centro em um carrinho elétrico, é muito confortável. Esses espaços bastante novos, ainda estão vazios, quase sem uso.



Anfiteatro – Katara Cultural Village

Pátio Interno – Katara Cultural Village



Katara Cultural Village


Para completar o passeio alugar um daqueles lindos barcos de madeira ancorados na beira do mar e dar uma volta de meia-hora pela baía! O chão do barco é forrado de tapetes persas com futtons e almofadas por cima.




Passeio de barco

A volta para São Paulo leva 14 horas e meia de vôo. bem cansativo: dá para ver vários filmes (o menu de filmes da Emirates oferece 1.500 opções: desde Doris Day até o último do Brad Pitt), dormir, acordar para o almoço, o lanche, o jantar e não chega nunca!



Para terminar um trecho de Os Rubaiyat do famoso poeta persa Omar Ibn Khayyam (1.040/1.120):


"Ouve o que a sabedoria diz todos os dias:
A vida é breve
Não te esqueças, não és como certas plantas
que rebrotam depois de cortadas".



Boa viagem!


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Paris - Inverno de 2012

Nossa amiga, cujo artigo "Um gostinho de Londres" publicamos no final de Janeiro, está em Paris e nos enviou esse delicioso diário de viagem. Tenho certeza que vocês vão adorar! 


Depois que o Woody Allen nos deu o direito de voltar no tempo com seu filme Meia Noite em Paris, nós também podemos voltar a meados dos anos 80, quando aqui chegamos com nossos dois filhos de 7 e 9 anos de idade para passar uma estadia de 2 anos. Foi um susto e um prazer, que até hoje tenho vivos na memória. Em menos de 2 meses as crianças estavam adaptadas e nós deslumbrados com as descobertas. Um mundo de cultura desafiante desde a gastronomia até entender o humor local. 

A primeira providência foi entrar numa aula intensiva de Francês porque nosso curso da Aliança Francesa não nos dava o bastante para conversar nas rodas sociais e acadêmicas nas quais caímos sem socorro!! Não havia tantos brasileiros como agora, e o jeito era fazer amizades com os franceses. Deu super certo e até hoje guardamos alguns preciosos amigos.


Por falar em volta no tempo, recomendo o livro que acabou de sair em dezembro de 2011: ”E foram todos para Paris – um guia de viagem nas pegadas de Hemingway, Fitzgerald e Cia” do jornalista Sergio Augusto, que escreve regularmente no Estadão, publicado pela Casa da Palavra. É uma delícia, ele faz uma leitura brilhante desta época e nos leva a sonhar um pouco como foram aqueles tempos.


Jardin des Tuileries


Desde a década de 90, temos vindo quase que anualmente, o que facilita a manutenção das relações de amizade. Mas, como podem achar graça em ir a Paris todo ano no inverno nos perguntam? São os ossos do ofício. Meu marido professor aproveita o ano letivo brasileiro para dar aulas ou seminários aqui nesta época.


Quando a estadia é de mais do que 15 dias, a dica é alugar um apartamento. Tive a sorte de conhecer uma brasileira casada com um francês que organizou a vida de maneira que o inverno daqui eles passam no Brasil e vice versa. Arrumou um esquema interessante para alugar o seu apartamento. Ela tem um blog com todas as dicas: http://www.conexaoparis.com.br


Então, você pode tomar café da manhã em casa, saindo antes para comprar baguette, croissant e o Le Monde, trazendo debaixo do braço e brincando de ser parisiense. Para ter mais prazer ainda no café da manhã, experimente o iogurte grego de cabra com uma colher de mel de lavanda, uma delícia. Desta vez, nosso apartamento fica perto da rue des Martyrs, uma rua de comércio de alimentação incrível e frequentada apenas por parisienses. Tem de tudo, magret de canard com quase meio quilo, noix de Saint Jacques maravilhosos. E os queijos, nem se fala, tem pelo menos duas ou três lojas especializadas com dezenas de tipos diferentes e deliciosos. O Brillard Savarin é um escândalo, pois tem quase 100% de matière grasse. Geralmente os apartamentos de aluguel têm cozinhas razoáveis com os utensílios essenciais e dá para se divertir, vivendo um dia de chef. 


Palais Royal


Esse apartamento que alugamos fica perto da Lafayette Gourmet. Vale uma visita mesmo que você não compre nem um potinho de mostarda ou de geléia. Tem um espaço dedicado aos vinhos e outro dedicado especialmente aos da região de Bordeaux, La Bordeauxthèque. A loja toda é um verdadeiro luxo, é possível encontrar qualquer iguaria imaginável.


Por incrível que pareça, não conhecíamos La Défense. Esta praça é ultra moderna construída há pouco tempo, seu Arco tem uns 100 metros de altura e fica na perspectiva de Arco do Triunfo. É genial se plantar bem no meio da praça e olhar em frente que você vai ver o Arco do Triunfo lá no fundo. Trata-se de um grande centro comercial moderno com todas as lojas grandes e conhecidas. Fomos parar lá por conta de um convite para jantar na casa de um jovem professor que mora em Puteaux, ali pertinho. Foi uma excursão de RER, que nos levou em 3 minutos de Charles de Gaulle - Étoile até lá. O sistema francês de transporte, não tem igual. 


La Défense


La Défense


A primeira exposição que vimos foi no Museu Carnavalet, aliás, pouco conhecido dos brasileiros. O prédio foi construído em 1578. Em 1866, a prefeitura de Paris comprou para transformar em museu. Esse museu tem jardins impressionantes e conta a história da cidade de Paris desde o século XV. A exposição chama-se: “Le peuple de Paris au XIX siècle - des guinguettes aux barricades” que fica em cartaz até 26 de fevereiro. Os franceses adoram as histórias do passado, o museu estava apinhado de gente, principalmente estudantes e grupos com guias. Uma informação que me chamou atenção. Em 1880, de cada 100 crianças que nasciam, 40 morriam antes de completar um mês de vida. Daí, a prefeitura começou uma campanha organizando as nourrices – amas de leite- e, em pouco tempo, a taxa já caia pela metade. Em 1909, as trabalhadoras de Paris já tinham o direito à licença maternidade de 8 semanas. 


Musée Carnavalet


Outra exposição vista foi a do Museu de Artes Decorativas (Les Arts Décoratifs). Este museu fica colado ao Louvre na rue de Rivoli. O prédio é incrível, salas com pé direito altíssimo e muito bem recomendado por quem aprecia design. Vimos a exposição do Jean Paul Goude, um verdadeiro multiartista que trabalha com desenhos, fotografia de moda e publicidade e realização de eventos. O cara é um dos maiores mestres de criação visual da atualidade. Ele ficou muito conhecido por ter sido convidado pelo Mitterrand em 1989 para fazer o desfile de comemoração dos 200 anos da revolução francesa. Quem viu ao vivo conta que foi um espetáculo, mas nós que vimos agora pelos vídeos e pelas fotos na exposição confirmamos: esse artista é demais. Trabalha no eixo Paris – Nova Iorque, há mais de dez anos faz as fotos de publicidade da Galeries Lafayette. A exposição fica até meados de março. 



Musée des Arts Décoratifs - Fachada


Musée des Arts Décoratifs - Interior


Ali na região do Louvre tem um café chamado Le Fumoir bem na esquina da Place du Louvre que é um ponto de encontro sofisticado e a decoração é super bonita. Vale a pena ir tomar um café e apreciar, principalmente, a frequência. 


A exposição que está no Quai BranlyExhibitions: L’invention du sauvage” fica até 3 de junho mostra imagens de “zoos humaines” que surgiram em torno de 1870 e que foram exibidas até os anos 1930. A idéia era que o “negro” constituía o elo que faltava entre o animal e o homem. Entre os negros e a França, há uma história de fluxos e refluxos, uma relação ambígua. A exposição exibe um espetáculo aviltante, mas faz pensar sobre o que 
é o racismo, e o mal que causa às sociedades. A diversidade étnica é um ganho e poder     apreciá-la é um privilégio. 


Musée Quai Branly


Duas outras exposições bem mais alegres são as que estão no Hotel de Ville. A do clássico fotógrafo Doisneau com o tema do Les Halles e a do Sempé com desenhos ilustrativos da cidade de Paris, ambas com entradas gratuitas.



Se você está em Saint Germain e quer ir para a região de Opéra ou Galeries Lafayette experimente pegar o ônibus 95, (ponto fica em frente à igreja de Saint Germain) e pode descer no ponto Opéra, bem pertinho do teatro. Recomendo este trajeto porque é lindo atravessar o Sena, passar defronte à pirâmide do Louvre à sua direita, olhar à esquerda o Jardin de Tuileries, e subir pela majestosa Avenue de L’Opéra


Teto pintado por Chagall na Opéra de Paris


Essa área tem um comércio incrível. A loja da Apple fica num prédio de esquina antigo na rue Halevy. Logo por ali, tem a loja da Nespresso também maravilhosa. Uma linha de roupas que está fazendo muito sucesso por aqui é a UNIQLO japonesa na rue Scribe. Essa veio para desbancar a GAP e ficou famosa por seus cashemeres de todas as cores. O design é moderno, tem tee shirts e casacos feitos com alta tecnologia do Japão e preços bem razoáveis.


Uma das vantagens de viajar por mais de 15 dias numa mesma cidade é que você tem tempo. Então, nada melhor do que assistir um pouco de televisão. Na França, há um público interessado em temas variados e eles têm tradição nos documentários. Tem um Canal chamado Arte onde vimos alguns documentários interessantíssimos. 


Place Vendôme


Uma observação à parte que faço é sobre o hábito da população feminina parisiense frequentar cabeleireiros. Conheço casos de mulheres francesas que só lavam a cabeça no salão de cabeleireiro uma vez por semana. Bem, se você é daquelas que gostam de uma escova e tem preguiça de fazer a própria, vale demais a pena ir a um salão francês. As cadeias Jean Claude Biguines, Frank Provost e Jean Louis David têm filiais em quase todos os bairros e são excelentes. Fazem uma massagem gostosa no couro cabeludo na lavagem e o acerto com a escova é de 100%.


Paris é a cidade dos cinemas. Tem centenas de salas de todos os tamanhos em todos os bairros. Aproveitamos para ver filmes franceses e de outras nacionalidades que nem sempre chegam ao Brasil e quando chegam ficam por pouco tempo e não há quase publicidade.


O último mais famoso aqui foi o Intouchables visto por mais de 18 milhões de pessoas em toda a França, desde quando foi lançado há dois meses. Corremos para ver, já que se trata de um fenômeno de bilheteria. É bom, mas não justifica tanta fama. Baseado numa história verdadeira, o filme conta a relação muito particular de uma pessoa com necessidades especiais e sua relação com seu cuidador.


O The Artist , visto por 11 milhões de pessoas, é uma homenagem ao cinema mudo e é realmente muito interessante. Está concorrendo ao Oscar de melhor filme. O “Si on vivait tous ensemble” é bonitinho com grandes nomes - Geraldine Chaplin e Jane Fonda.


Uma peça muito interessante é sobre a vida do italiano Ponzi, o anti-herói do seu século, que terminou sua vida pobre no Brasil em 1949 jogado às moscas num hospital público – como comentam na peça. Chamada “a ópera de um milionário” faz uma boa radiografia dos primeiros tempos do capitalismo, suas crises e escroquerias. O diretor é David Lescot e está no Théâtre de La Ville de Abesses. Está sendo muito comentada por conta do momento atual da crise européia.


Se você quiser ter uma verdadeira experiência gastronômica, reserve uma mesa no Spring. Fica no 6 rue Bailleul, ruazinha pequena perto do cruzamento da rue de Rivoli com a rue du Louvre. Para jantar, é necessário umas 3 semanas de antecedência, mas para almoço é mais fácil. O chef é um americano de Chicago, que fez todas sua formação na França e propõe um menu degustação. Não há cardápio no restaurante. Antes da reserva, eles perguntam se você tem alergia, se é vegetariano, ou se tem algo que não suporta (contact@springparis.fr). E assim, tudo é uma surpresa!! A delicadeza e visual dos pratos são incríveis. Por mais que eu me sinta ligada em gastronomia, por minha conta e risco, eu prefiro os restaurantes em que você escolhe o que vai comer, mas fomos convidados por amigos franceses que são ligados no assunto, conhecem tudo da cidade, e adoram descobrir coisas diferentes. Foi uma experiência feliz, as sobremesas também são encantadoras.


Restaurant Spring


O restaurante Chatomat fica no número 6 rue Victor Letalle, Paris 20, telefone: 0147972577. Este bairro está muito na moda e quem está “branché” não frequenta mais as redondezas de Saint Germain ou dos Champs Elysées, consideradas coisas de turistas. Saint Germain então é o preferido dos turistas brasileiros. O restaurante é minúsculo, portanto reserva é obrigatória. Sua cozinha é considerada brilhante e está na lista dos mais promissores da cidade junto com o Septime, que fica na rue Charonne 80, telefone: 0143673829. Inaugurou em maio de 2011, mas já é o restaurante do momento. O chef é Bruno Verjus, badalado por sua generosidade, bom gosto em tudo que faz. Ele não fez nenhuma propaganda e o que realmente funcionou foi o boca a boca (bouches à oreilles). Já existem várias resenhas de blogs americanos e franceses. Adoramos os dois, recomendo fortemente!


Restaurant Septime


Há muitas alternativas para quem quer gastar pouco e comer relativamente bem. Fica bem perto da Galeries Lafayette uma pizzaria chamada Tivoli, na rua La Fayette. Está ali há mais de 20 anos, a pizza é excelente e é servida o dia inteiro. Para almoço, é uma boa dica, a salada toscana é deliciosa, tem também massas e uma boa variedade de sobremesas.


Apesar da quantidade de turistas, ônibus repletos de japoneses com guia hasteando bandeirinha, chineses, russos e brasileiros especialmente nas grandes lojas e em Saint Germain e Champs Elysées, Paris continua um espetáculo. O jeito é frequentar outros cantos. O Marais ainda se salva dos turistas em grandes grupos. O 11º está bem bacana e Belleville também. Vale a pena arriscar passeios a pé por estes e outros bairros fora do circuito convencional, mesmo que tenha que suportar temperaturas abaixo de zero como as deste inverno.


Belleville