No topo do mundo e próximo do céu, vive um povo que se considera
feliz.
Essa semana
vamos viajar por esse país incrível, um dos únicos no mundo que parou no tempo.
O Butão está encravado na Cordilheira do Himalaia ao leste do Nepal, entre o
norte da China e o sul da Índia. É um pequeno país do tamanho da Suíça com
somente 743.000 habitantes, mas se orgulha de medir seu desenvolvimento
econômico através de seu indicador "Felicidade Nacional Bruta" e não
pelo “Produto Interno Bruto”.
Cordilheira do Himalaia Foto Yeda Saigh |
Esta é uma filmagem da BBC
Músicas arranjadas e compostas por Rachel Scott
Músicas arranjadas e compostas por Rachel Scott
Gravado no Townie Productions Weymouth
No início esse
país budista era governado por um Lama, chefe da religião. No começo do século
20, religião e governo foram separados, o Butão passou a ser um reino e coroou
o seu primeiro rei.
A coroação
ocorreu em antigo palácio que hoje funciona como um monastério e fica em Bumthang
no centro do país. Foi ali que começou a monarquia no Butão. O primeiro rei e seus
sucessores conseguiram construir esse país dentro de um isolamento absoluto: faz
apenas 60 anos que o Butão começou a ter contato com o resto do mundo.
Monte Jomolhari, entre os vales de Paro Foto Yeda Saigh |
O Butão é um
lugar de gente simples. A maioria vive no campo e trabalha na terra. As cidades
são pequenas e as casas todas com a mesma arquitetura.
Rio Sankosh
|
A Primeira impressão
Nós fomos para
o Butão via Índia e Nepal, que ainda é o melhor jeito de chegar lá. A primeira
impressão que se tem ao sair do aeroporto é de um país muito verde, parece um
grande gramado, essencialmente rural.
Ficar no
hotel Aman é uma experiência única! É uma cadeia de hotéis das mais exclusivas
do planeta. São cinco hotéis independentes, vizinhos, mas separados por montanhas
de proporções gigantescas. Estão localizados em cinco vales espetaculares, de
maneira que os hóspedes possam ao viajar entre uma e outra sede, conhecer e
desfrutar de todos eles.
Vale perto do Hotel Aman
Foto Yeda Saigh |
Ficamos no
Paro Lodge a 50 kms do aeroporto, altitude de 2.250 metros, de frente para
Jhomolhariuma, um dos mais belos picos nevados do país. O hotel tem 25 suítes e
um maravilhoso spa, que oferece tratamentos holísticos, perfeitos para quem
chegou de uma longa viajem.
Demos uma
volta a pé ao lado do hotel até uma fortaleza antiga no alto de um morro e mais
tarde jantamos no restaurante do hotel que é ótimo. Nos hotéis Aman está tudo
incluído, inclusive gorjeta, um lanche a tarde e bebidas alcoólicas, uma vez
hóspede do hotel você não usa sua carteira.
Aman Resorts
É possível
hospedar-se em apenas um dos hotéis ou planejar uma viagem mais exploratória
que inclui passeios pela região e atividades ao ar livre.
Aman Resort Paro
Foto Yeda Saigh |
1 – Aman Resort Paro está localizado em meio a uma floresta de pinheiros, uma área
verde inspiradora para os que buscam a meditação e a paz interior.
2 - Aman Resort Thimphu, a capital do pais. Nessa etapa da viagem, os hóspedes são convidados a
participar de cerimônias religiosas, espetáculos de dança, rituais mágicos e
até mesmo a fazer uma visita ao imponente palácio real.
3 – Aman Resort Punakha. Uma antiga casa de fazenda, construída para servir de residência de
verão para a Rainha Mãe. Possui uma vista linda para os campos de arroz. Esse é
o ponto de partida para excursões até Punakha Dzong, o mais belo mosteiro e
fortaleza do Butão.
4 – Aman Resort Gangtey,
fica ao lado de um mosteiro do século XVI e em meio a uma reserva natural, onde
vivem cerca de 300 garças de pescoço negro. Uma das mais raras aves do mundo.
5 – Aman Resort Bumtyhang, o último dos cinco que acaba de abrir as portas, fica na confluência
de quatro grandes vales. Uma região de grande importância espiritual, que
concentra mais de 29 templos. Um final perfeito para uma viagem de sonhos.
Aman Resort Paro
Foto Yeda Saigh |
Todas as
unidades contam com um relaxante spa, com sauna úmida, salas privativas para
massagens e tratamentos com pedras quentes, além de espaços especiais para a
prática de yoga e meditação.
Aman Resort Paro Foto Yeda Saigh |
No dia
seguinte fomos para Thimphu, capital do país, participar da maior festa do Butão,
o aniversário de Buda. Foi muito interessante e tivemos o prazer de ver o rei
pessoalmente e conversar com ele. Chamou muito a nossa atenção a falta de segurança,
e o rei andando tranquilamente no meio das pessoas, coisa rara para se ver hoje
em dia, quase impossível.
Festa do Rei
Foto Yeda Saigh |
O traje
nacional dos homens chama-se Gho: uma espécie de peignoir curto com cinto,
feito de tecido xadrez variados bem bonitos, meias três quartos e sapatos. O
das mulheres chama-se Kira. Eles são usadas por toda a população, seja no
hotel, nas ruas ou mesmo trabalhando numa lavoura de arroz.
O nosso guia Dorji do
Butão
Foto Yeda Saigh |
Fomos visitar
as lojas de artesanato da cidade, paramos para almoçar em um restaurante típico
butanês, muito bom. Em seguida visitamos uma fábrica de papel, uma loja de
tecidos e uma de roupas típicas.
Loja de Artesanato Foto Yeda Saigh |
Tiger Nest Foto Yeda Saigh |
O monastério
budista Paro Taktsang Palphug ou Tiger Nest, foi o primeiro templo construído
neste local em 1692.
Em volta do
mosteiro tem três capelas muito bonitas e
antigas que visitamos. Durante a visita um monge nos deu água sagrada
para beber e passar na cabeça. Ganhamos bandeirinhas para pendurarmos nas
grades da ponte e fazer um pedido e também acendemos velas para a proteção da
família. A volta foi
bem mais fácil, e só levou meia hora.
Bandeirinhas penduradas na Ponte Foto Yeda Saigh |
Recomendo visitar
o Museu do Butão, bem interessante.
Museu do Butão Foto Yeda Saigh |
No dia
seguinte fomos passear na cidade de Paro pela manhã e depois fizemos pic-nic no campo. O esporte
nacional do Butão é arco e flecha, e foi o nosso programa desta tarde.
Interessante
observar que o Butão e o Nepal são as duas únicas nações com passado independente.
Nunca foram ocupadas ou governadas por outros países ou reinados. Isso explica
a cultura genuína e livre de influências externas.
Um pouco dos
costumes:
Os butaneses não
usam camas para dormir, mas uma espécie de cobertor estendido no chão em cômodos
bem grandes onde todos dormem juntos. Eles não têm o conceito de privacidade. Sexo
não é considerado tabu, são bem resolvidos nessa questão: podem ter vários
parceiros e são adeptos à poligamia, especialmente feminina.
Casa no Campo Foto Yeda Saigh |
As mulheres
recebem do pai terras como dote para garantirem sua independência financeira e
não ficarem submetidas ao domínio dos homens. Mas, para fazer a propriedade funcionar,
elas tem vários maridos, cuja função é auxiliar na plantação de arroz e nos
cuidados com a terra. Quanto aos filhos, muitas vezes não sabem quem é seu pai,
pois ele pode ser qualquer um dos maridos da mãe.
Lavoura de Arroz
Foto Yeda Saigh |
Os monges são
muito importantes na sociedade butanesa. Eles dão os nomes das crianças recém
nascidas e fazem seu mapa astral. Também purificam anualmente as casas. Essa
cerimônia serve para trazer prosperidade e boas energias à família.
Família Butanesa
|
Os butaneses
não se apegam a bens materiais. As casas não tem muitos objetos. Eles não tem
armários e usam cestas para guardar os alimentos e as roupas.
Memorial Chorten Foto Yeda Saigh |
Um dos
principais cartões-postais do Butão, esse memorial é considerado sagrado e fica no centro de Thimphu.
Construído em 1974 em honra do terceiro rei do Butão que viveu entre 1928 a
1972. Muita gente visita o local diariamente para fazer suas orações.
Um Conto de Fadas
Casamento de
rei com linda plebéia deixou o Butão em festa.
Três anos
depois de sua coroação, o quinto "rei dragão" do Butão, Jigme Khesar
Namgyel Wangchuck, aos 31 anos, casou com a filha de uma família plebéia,
Jetsun Pema em 2011.
Ele é um Rei
que se preocupa com o bem estar do seu povo e fez votos de proteger este remoto
reinado dos “danos da Globalização”.
O Rei Jigme Wangchuck e a Rainha Jetsun Pema |
Muito
elogiado por sua proximidade com o povo, ao contrário do pai, que abdicou em
2006 e era mais austero. O chefe da oposição parlamentar comentou que este casamento
simboliza para os 700 mil butaneses a continuidade da família real.
Os Butaneses
viram o casamento do Rei como um conto de fadas. Um soberano e uma bela
estudante plebéia. O retrato do casal real foi visto em todas as lojas e
fachadas de Thimphu. O casal teria se apaixonado durante um piquenique, quando a futura rainha tinha apenas sete anos de idade. E foi a beleza mais que sua
origem plebéia a causa do entusiasmo da população. Todos aprovaram a noiva do
rei.
Palácio da Grande Felicidade |
O casamento
ocorreu no Punakha Dzong, também chamado "o palácio da grande
felicidade" que é uma antiga fortaleza monástica e centro administrativo
do distrito de Punakha, no Butão. O palácio foi
construído no século XVII, lindíssimo.
Curiosidade:
O Rei recebeu o apelidado de "o príncipe
azul do Himalaia" por causa da aparência com Elvis Presley e atualmente
ele é o chefe de estado mais jovem do mundo com apenas 32 anos.
We live in a wonderful world that is full of beauty, charm and adventure. There is no end to the adventures that we can have if only we seek them with our eyes open.
Vivemos em um mundo maravilhoso cheio de beleza, encantos e aventura. Não existe fim para as aventuras que podemos ter se simplesmente as procurarmos com os nossos olhos abertos.
- Colaborador Pedro Henrique A. Pereira