sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Save the Date – Miami III


Continuando a falar sobre a Art Basel Miami, nesse artigo vou contar um pouco sobre duas Galerias e alguns Museus.


Convention Center

O Convention Center é um espaço ótimo, muito organizado, onde ficaram as 250 galerias que participaram do evento. Ocupa quatro quarteirões de Miami Beach e é “walking distance” das melhores praias, dos melhores hotéis e do South Beach Art Deco District (com estacionamento).

Uma dica; se quiserem viajar pela agência oficial da feira, a Art Basel indica a Agência Turon, uma agência de turismo especializada em arte em New York e que funciona como agente oficial da feira. A Turon Travel bloqueia quartos com taxas especiais em mais de 30 hotéis de todas as categorias em Miami Beach e Miami. E também conseguem preços especiais para a parte aérea e alugueis de carros.


MAM

O Museu de Arte Moderna de Miami, ofereceu um cocktail seguido de um delicioso jantar aos convidados VIPS da Arte Basel, para o vernissage da exposição do pintor argentino Guilhermo Kuitca, que estava maravilhosa.

De uma arquitetura muito bonita, o museu era conhecido como Centro de Belas Artes (1984-1996), uma organização unicamente para exposições temporárias de toda a amplitude de história da arte, mas sem coleção própria.

Em 1995, após um longo processo de planejamento, que envolveu milhares de moradores de Miami, foram feitas várias modificações. Entre as mais importantes figuram: a mudança do nome da instituição para Miami Art Museum (MAM), começar a colecionar obras para criar um acervo próprio e exibir a arte dos séculos 20 e 21, com ênfase na arte do Hemisfério Ocidental.

MAM Museum

Bass Museum

Foi criado em 1963. A cidade de Miami aceitou como presente a coleção de John e Johanna Bass com a condição de manterem sua coleção intacta e proporcionarem exposições permanentes. Está localizado na antiga Miami Beach Public Library and Art Center e foi projetado em 1930 por Russell Pancoast, neto do pioneiro de Miami, John Collins. Foi o primeiro espaço público em Miami para exposição de Artes Plásticas. Esse edifício é hoje o ponto central da zona histórica da cidade. Durante a Art Basel pudemos apreciar a exposição Where do we go from here? E parte do acervo do Museu.

Bass Museum


Vizcaya Museum

O Museu Vizcaya é um monumento histórico nacional e também um museu credenciado pela Associação Americana de Museus, que pertence ao Condado de Miami-Dade. Permanece aberto ao público 364 dias por ano. O museu e os jardins foram construídos pelo empresário James Deering em 1916. Faz parte do conjunto a casa principal com dez acres de jardim e uma vila histórica.

Uma visita a Vizcaya nos desperta todos os sentidos. Entra-se por um jardim de floresta subtropical exuberante até chegar a casa principal através de uma passagem repleta de fontes e folhagens. O interior da casa é recheado de tesouros vindos de toda parte do mundo. De segunda a sexta feira, por meia hora (começando ao meio dia) pode-se ouvir música tocada em um órgão de 1917. Do lado de fora, uma vista espetacular da Baia de Biscayne e por fim um colorido orquidário. Não deixe de visitar este refúgio maravilhoso no coração de Miami!

Vizcaya Museum

Galeria Luisa Strina

Luisa Strina, acredito que uma das Galerias mais antigas e importantes brasileiras, expôs em seu interessante espaço os artistas que representa.

Atrás dela (foto abaixo), está uma obra de Adrian Villar Rojas - argentino – “Lo que el fuego me trajo”, acrílico sobre Madeira.




O artista Marepe (Marcos Reis Peixoto, 1970), baiano muito bem representado com duas obras; uma delas pode ser vista nessa foto, no chão atrás da Luisa: uma escultura de vidro.

A foto abaixo é uma instalação de Laura Lima, artista plástica carioca (1971). É impressionante ver esse braço desenhando ininterruptamente e saber que pertence a um ser vivo que fica dentro de um pequeno quarto horas!!!

Instalação de Laura Lima


Galeria Brito
Luciana Brito com Sylvester Stalone,
uma das celebridades que estava na Art Basel.

Luciana Brito expôs no seu lindo espaço os artistas:

Marina Abramovic, escultora, com uma foto maravilhosa “Transitory Object for Human Use” (foto abaixo) e também um vídeo muito admirado.




Marina Abramovic - Transitory Object for Human Use

Delson Uchôa, pintor alagoano com uma tela magnífica (acrílico sobre tela); demorou anos para fazer esse quadro, é muito caprichoso e o resultado é maravilhoso!




Delson Uchôa - Quaresma

Luciana me contou que esse ano fez uma sessão especial “art cabinet” com artistas históricos que representa: Geraldo de Barros e Waldemar Cordeiro e fez o maior sucesso!!
Vendeu obras dos dois para renomadas Instituições e trabalhos de outros artistas que representa, para coleções particulares. Segundo ela valeu muito a pena ir!

Para terminar esses artigos sobre a Art Basel de Miami nada melhor do que parafrasear Lydia Martin do Miami Herald, que escolheu este criativo título para sua coluna: Basel: Bigger, better, busy as ever.

A 8ª edição da arte Basel Miami foi vinte por cento maior em área do que a de 2008 e ainda ficou lotada; traduzindo: não está diminuindo e ainda é um grande sucesso! A crise não atingiu a Art Basel de Miami.

Save the Date para 2010 e Feliz Natal!!!






Serviço

Miami Beach Convention Center
1901 Convention Center Drive
Miami Beach, Florida
Tel: 305-6737311

Bass Museu
2121 Park Avenue
Miami Beach, Florida
Tel: 305.673.7530

MAM Museum of Modern Art
101 West Flagler St.
Miami Beach, Florida
Tel: 305.375.3000

Vizcaya Museu
3251 South Miami Av.
Miami, Florida
Tel: 305-250.9133

Turon Travel
2 Wooster St.
New York, 10013, NY
Tel: 212.925.5453

Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire, 502
São Paulo, SP
Tel: 3088.2471

Galeria Luciana Brito
Rua Gomes de Carvalho, 842
São Paulo, SP
Tel: 3842.0634



Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Save the Date – Miami II


Neste artigo vou falar de mais duas coleções também muito importantes: Coleção Cisneros e Coleção Família Rubell.


Coleção Cisneros


A Fundação de Arte Cisneros Fontanals (CIFO) é uma fundação sem fins lucrativos criada em 2002 por Ella Fontanals e sua família, para promover o intercâmbio cultural e educacional nas artes visuais. O foco principal da CIFO é apoiar artistas contemporâneos da América Latina, representantes de todo tipo de arte, principiantes ou não, cujos trabalhos sejam um desafio às fronteiras estabelecidas no que tange a definição de arte contemporânea atual. Todo ano um conselho internacional de curadores escolhe dez artistas iniciantes da América Latina, para financiar seus estudos, trabalhos e os insere nas exposições da CIFO daquele ano.

Em suma, a CIFO tem o compromisso e o objetivo de ampliar e modificar a compreensão mundial sobre arte e principalmente sobre a arte latino-americana, mudando os paradigmas e estereótipos tradicionalmente ligados à esta última.

A CIFO oferece um brunch durante a Art Basel Miami. Este ano vimos uma seleção de vídeos chamada Being in the World: Selections from the Ella Fontanals Collection, com curadoria de Berta Sichel. São sete trabalhos de: Chantal Akerman, Rafael Lozanno-Hemmer, Munteam/Rosenblum, Shirin Neshat, Robin Rhode, Bill Viola e Francesca Woodman. O trabalho de Bill Viola, "The Raft" (A Balsa) é impressionante. Trata-se de um vídeo que começa com um grupo de pessoas em pé. Em seguida entra outro grupo de pessoas, que se junta ao primeiro. Surgem então rajadas fortes d’água, vindas de todos os lados e direcionadas às pessoas, derrubando-as uma a uma. O vídeo (e a água) termina quando todos estão por terra, vão caindo um por um no chão. A primeira a cair é uma velha e os jovens são os últimos a caírem. A mensagem do vídeo (foto) é muito clara e forte, dispensa comentários (exposição aberta de dezembro 2009 até 07 março de 2010).




O grupo Cisneros surgiu por volta de 1920, na Venezuela, na pessoa de Diego Cisneros. Homem de visão e fundador do grupo, já se destacava como um grande empresário nos anos 60 com a aquisição de um canal de TV, que mais tarde se tornou a rede venezuelana nacional, a “Venevisión”. Após a fase inicial de crescimento do grupo nos anos 70, o conglomerado diversificara consideravelmente seus empreendimentos, e nos anos 80 expandira seus domínios pela América Latina. Das operações comerciais (mídia, TV, entretenimento, gravadoras, etc.) bem sucedidas, à cultural e educacional (criação Fundação Cisneros) liderada por Patrícia Phelps de Cisneros, foi quase que uma complementação natural.

Originalmente construída em 1936, o galpão que abriga a Fundação Cisneros foi recentemente reformado e está muito bonito. Está situado em um bairro, onde cada vez mais se encontram galpões de colecionadores e galerias, e é um espaço permanente para exposições. René Gonzáles, o arquiteto da reforma fez a parede externa de pastilhas de vidro, coladas em painéis de alumínio de 1m25 cada. São multicoloridos (mais de 200 cores) e imitam uma floresta de bambus, delumbrante! Por dentro é despojado para não interferir com as exposições.




Serviço:
Cisneros Fontanal Art Foundation
1018 North Miami Avenue, Miami
T: +1(305)455-3380


Coleção da Família Rubell

É uma das maiores e mais importantes coleções de arte no mundo atual (agora com sede em Miami, Flórida). Don e Mera Rubell começaram sua coleção logo após seu casamento (1960/1964) e a aumentaram à medida em que seus filhos Jason e Jennifer, ainda bem jovens, se juntaram a eles na arte de colecionar. A mais nova colaboradora é Michelle, esposa de Jason. A família possui hoje cerca de 6 mil obras de arte, de quadros a esculturas, fotografias, vídeos e instalações, de artistas com trabalho significativos desde a década de 1970 até hoje.

A coleção é como um "Quem é Quem" da arte contemporânea, e inclui obras dos 30 artistas considerados os americanos mais importantes tais como: Jean-Michel Basquiat, Gilbert & George, Donald Judd, Anselm Kiefer, Jeff Koons, Paul McCarthy, Takashi Murakami, Richard Prince, Andy Warhol, entre tantos outros. A Coleção da Família Rubell foi aberta ao público em Miami, em 1996. Originalmente sediada em Nova York, a família mudou-se para Miami em 1993 e entrou primeiro para a indústria hoteleira, restaurando e reabrindo hotéis Art Deco, como o Albion. 

A princípio a coleção esteve abrigada em um armazém da cidade de Nova York, para então, em 1996, instalar-se em Miami, na rua 29, em um antigo prédio da Drug Enforcement Agency (DEA). Compreendendo cerca de quase 4 mil metros quadrados de espaço para exposição, renovada a cada seis meses, o local permanece aberto ao público durante todo o ano. Foi-me dito que, a cada renovação semestral, a curadoria escolhe o tema para a próxima exposição e seleciona primeiramente, em seu próprio acervo, obras relacionadas a ele. 

A partir daí é feita uma pesquisa sobre todos os artistas que pintaram ou produziram alguma arte pertinente ao assunto, e então os colecionadores saem em busca dessas obras, que completariam o tema da exposição, para adquiri-las. Essa é uma das maneiras de como os Rubell aumentam seu acervo a cada seis meses, que aliás é muito interessante e criativa.

A Coleção Família Rubell recebe algo como 22 mil visitantes por ano, transformando assim o que era um velho armazém do DEA, numa visita imperdível aos fãs de arte contemporânea que visitam Miami.

Durante a Art Basel Miami, os Rubell recebem para um breakfast diário, quando apresentam a instalação interativa de Jennifer Rubell, que visualmente se altera através do consumo do público. Trata-se da obra chamada Old-Fashioned. Constituí-se em uma parede branca, medindo cerca de 2,45m de altura por 18,30m de comprimento, com 1.521 pregos; em cada um deles há um doughnut e, a medida que as pessoas pegam para comer muda o visual da obra, interagindo assim com a criação e a criadora da obra. 

Os doughnuts são substituídos diariamente e ao lado da instalação é servido café, chá e sucos variados. Muito divertido e interessante o programa todo.



Jennifer Rubell – Old Fashioned – Doughnut Instalation

O tema da exposição da coleção Rubell esse ano é: Beg Borrow and Steal (Pegar, Emprestar e Roubar). Esse tema saiu de uma conversa com dois artistas Kelly Walker e Wade Guyton, que falaram sobre a generosidade de outros artistas tais como Cady Noland, Andy Warhol, Marcel Duchamp e Richard Prince que abriram portas para artista como eles.

O tema é co-autoria de Picasso que dizia: bons artistas tomam emprestados, grandes artistas roubam. São 74 artistas que fazem parte dessa exposição e seu intuito é a tentativa de acrescentar algo ao legado de seus predecessores apresentam sua novas idéias. Arte pela arte e o "roubo" de trabalhos alheios serviu de combustível para muita criação artística.



Cady Noland – This piece has no title yet – 1989
Essa obra de Cady Noland (1956) como vocês podem ver nos remete a Andy Warhol (1928/1987).

Wang Ziwei (1963) Hopeless (woman crying)
Essa obra nos remete a Roy Lichtenstein (1946/2009)



Save the Date para 2010 e boa viagem!


Serviço:

Rubell Family Collection /
Contemporary Arts Foundation
95 NW 29th Street, Miami, FL 33127
T: +1(305)573-6090
F: +1(305)573-6023
info@rfc.museum



Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Save the Date – Art Basel Miami I


Uma ótima opção de viagem no mês de dezembro é ir a Art Basel de Miami (Estados Unidos). É divertido, aprende-se muito, toma-se contato com coleções muito importantes internacionalmente, que de outro modo seria difícil até saber que elas existem.

O evento "irmão" norte-americano da exposição/feira Art Basel da Suiça (a mais prestigiada feira de arte mundial dos últimos 40 anos) se realiza anualmente em Miami Beach e é reconhecida como a exposição de arte mais importante no gênero.

Acredito que a crise fez com que as pessoas repensassem seus investimentos financeiros, principalmente os americanos.

Já vinha se instalando esse processo, mas como pudemos ver este ano as vendas tiveram um “boom”.

Em 2009, já em sua oitava edição em Miami Beach, a feira de arte reuniu cerca de 250 das mais prestigiadas galerias de arte de vários continentes (América do Norte e Latina, Europa, Ásia, África e Oriente Médio), exibindo trabalhos de arte dos sécs. XX e XXI, totalizando algo como 2.500 artistas, tanto de renome como de vanguarda.

Representando o Brasil estiveram presentes 12 galerias fortes Vilaça, Casa Triângulo, a Gentil Carioca, Laura Marsiaj, Leme, Luciana Brito, Luisa Strina, Marília Razuk, Millan, Nara Roesler, Raquel Arnaud E Vermelho.

Paralelamente à Art Basel, há grandes novidades sempre presentes na NADA (New Art Dealers Alliance) e na Scope Art Show, feiras paralelas mais consagradas.

A feira Art Basel em Miami Beach é um novo tipo de evento cultural que combina a exposição de arte com um intenso programa de atividades culturais, exposições, festas e eventos multidisciplinares de música, cinema, arquitetura e design.

A exposição acontece no fascinante distrito art deco, próximo à praia, hotéis e restaurantes.

Um dos segmentos mais interessantes desta feira é a visita agendada às maravilhosas coleções de arte particulares. Nesse primeiro artigo vou descrever duas coleções (das quatro visitadas), que tive o privilégio e o prazer de conhecer: a coleção Margulies e a de Rosa e Carlos de La Cruz.


Coleção Margulies

George Segal


Margulies vem colecionando arte por décadas, de uma forma tão significativa que seu depósito compreende uma área de cerca de 4 mil m2 e se consagrou como um dos pilares da comunidade cultural de Miami.

Margulies conta que depois de conhecer quase tudo sobre arte em New York, foi estimulado a começar a adquirir obras. Ora, segundo ele, ainda faltava amadurecer seu gosto estético, bastante imaturo à época.

É um longo processo adquirir e amadurecer a estética, diz ele.

Executivo da área imobiliária, se interessou a princípio por escultura, e ocorreu-lhe que seria interessante colocar algumas esculturas nesses terrenos vazios.

Foi dessa maneira que começou sua coleção: com esculturas de Kooning, Judd, Flavin, Lewitt e Serra entre outros, e que coloca a coleção de Margulies no mapa internacional de colecionadores conhecidos.

Partiu para a pintura, fotografia, vídeo e instalação e há dez anos, com a curadora Katherine Hinds, abriu o galpão Margulies em Wynwood. “queria abrir minha coleção ao público, à comunidade e aos estudantes para que pudessem participar da arte”.

Coleção Margulies: Abakanowicz


Hoje em dia sua coleção inclui obras pop, modernas, minimalistas e arte conceitual, 3 mil trabalhos fotográficos, 70 vídeos e numerosas esculturas e instalações, somando tudo mais de 4.500 obras.
Margulies exibiu esse ano uma retrospectiva de 100 anos da fotografia, uma escultura de George Segal e alguns surrealistas.

Margulies não se considera um homem ultra contemporâneo e nem um colecionador de tendências, mas a arte que compra tem que se encaixar no tema de sua coleção. “tenho que gostar e tocar um sino visual”, diz ele.

Acrescentou que durante a feira de Arte Basel pretende comprar mais trabalhos, desde que se enquadre com a sua coleção.

Conversa com Rosa de La Cruz


É uma mulher bonita, chique e muito agradável. Cubana de nascimento, Rosa de la Cruz conhece profundamente sua coleção e estava disponível no sábado de manhã para explicar as obras que compõem seu acervo.

Não tem um curador para a coleção, desempenha ela própria a função de curadora e colecionadora e está particularmente atenta ao trabalho de artistas contemporâneos internacionais.

A cada obra que nos mostra, conta a história do artista que conhece pessoalmente; é muito interessante e um aprendizado muito rico, mesmo para quem está menos habituada a conviver com arte contemporânea. 


Coleção de la Cruz: Sigmar Polke


Para Rosa de la Cruz “lar é onde a ‘arte’ está”; mora entre obras de Sigmar Polke, Jim Hodges, Martin Kippenberger e outros artistas do século 20.




Para muitos, sua galeria-casa como estilo de vida parece extraordinário, mas para Rosa, é simplesmente uma forma de vida.

Coleção de la Cruz: Allorae Calzadilla Intermission Halloween

"Muitos visitantes ficam surpresos que meu marido, Carlos e eu, vivamos em uma casa que parece um museu", diz Rosa. "mas nós usamos esta casa como qualquer casa normal."

Talvez o caso mais notável seja a festa oferecida nos jardins de Rosa nos últimos anos, justamente para lançar o Art Basel Miami.

Quando os convidados não couberam mais em sua casa (no ano passado), ela mudou-se para um novo galpão localizado no Miami Design District, para onde levou o evento deste ano.

O galpão tem uma arquitetura bem moderna. “não é um museu”, diz ela, é um espaço maior, onde pode finalmente mostrar as obras de arte de sua coleção que estavam a espera de um espaço maior para serem apreciadas. Além de ser um galpão para abrigar sua coleção, Rosa nos contou que realizou um sonho antigo: ter também um centro de estudos aberto a visitas de estudantes que já está funcionando.

"Um dos problemas com a arte contemporânea é que as pessoas não estão habituadas com ela, eu ofereço um serviço que é pessoal, com uma história por trás dele - e não a experiência de um museu. As pessoas que geralmente não estão familiarizadas com arte contemporânea acabam por gostar dela quando saem daqui."

Rosa e Carlos compraram a casa a beira-mar em Key Biscayne, em 1982, e durante os últimos 24 anos, acrescentaram diversas alas.

Agora, três casas em uma, a casa galeria chega a quase 1.500 metros quadrados com um quarto e o resto do espaço totalmente dedicado às artes.

Para manter a aparência externa coerente, toda a casa foi pintada de branco, criando uma "tela em branco para a obra de arte dentro", diz ela. Mas não se preocupem: a casa de Rosa e sua coleção ainda estão abertas ao público, com hora marcada.

Colecionar veio naturalmente a Rosa e Carlos, que viveram na Europa por 10 anos e viajaram avidamente. Assim, quando o casal estabeleceu-se em Miami com seus cinco filhos, e, agora, 15 netos, colecionar arte latino-americana lhes parecia um primeiro passo a seguir.

A pintura de Rufino Tamayo (1953) iniciou a sua paixão, e centenas de peças depois, Rosa diz que ainda se sente aprendendo sobre a arte. "O dia em que eu achar que sei tudo será um péssimo dia", diz ela com uma risada.


Save the Date para 2.010 e boa viagem!!


Serviço:
Acesse: www.artbaselmiamibeach.com


Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Viagem de sonho: Aspen


Uma boa opção para as férias de janeiro é ir esquiar em Aspen no Colorado (Estados Unidos), em meio às Montanhas Rochosas.

São ao todo quatro montanhas a escolher: Aspen Mountain, Aspen Highlands, Buttermilk (para iniciantes) e Snowmass (famílias).

As quatro juntas somam mais de 300 pistas, famosas pelas descidas inclinadas e com bumps em todos os níveis de dificuldades.

As pistas se situam num raio de 19km.

São cerca de mil instrutores que falam 15 idiomas.

A melhor maneira de ir à Aspen é por Miami (8h20 de vôo de São Paulo) e depois mais 4h40 (Miami/Aspen), descendo no Aeroporto Eagle County Regional, onde não se corre o risco do mesmo estar fechado (em razão do mau tempo).

O aeroporto de Vail é mais perto, mas muito menor e vira e mexe fecha. A companhia aérea Eagle é uma boa opção de escolha.


Snowmass

Reserve uma van para lhe esperar no aeroporto; é imprescindível tomar essa providência, pois não há táxis.

Como o trajeto é longo e se estiver com crianças, há um McDonald's no caminho (meia hora do aeroporto). Depois, mais uma hora até o hotel Crestwood Condom, em Snowmass.

A localização do hotel é ótima, ski-in/ski-out: "da cama" até o ski-room são apenas cinco metros e de lá, direto na pista.

Esses confortos são muito importantes, fazem toda a diferença da viagem!

O Crestwood oferece chalés com um, dois e três quartos, todos com ótimas salas, lareira e varanda.

Tudo novinho em folha, equipados com o que há de melhor em eletrônica.

O hotel também tem três piscinas aquecidas, uma sauna, jacuzzi e um fitness room.

Estacionamento gratuito e traslados para o aeroporto de Aspen incluídos.

O serviço é bom, as arrumadeiras são sul-americanas; na recepção, a maioria são rapazes e moças americanos trainees, que executam reservas de todo tipo e até sugerem programas divertidos: passeios de moto em Aspen, kartódromo e passeios à cavalo.

As pistas são maravilhosas!!!

São bem largas e não há muita gente esquiando.

Justamente pelo tamanho das mesmas e por não haver acúmulo de pessoas, esquia-se com mais tranquilidade e sem medo de acidentes.

Os professores são muito bons, e, com tão ampla escolha de pistas, pode-se esquiar todo dia em uma pista diferente, mesmo permanecendo somente em Snowmass.

Não esquecer que – se quiser – ainda há as outras três montanhas para esquiar.

O pico mais alto de Snowmass chama-se Big Burn e tem uma vista maravilhosa, a altura é de 11.775 feet. Vale a pena ir até lá.

Pista de Snowmass


Os restaurantes nas pistas são bem variados.

O hotel dispõe de um serviço de van com motorista para levá-lo onde quiser.

Há também um ônibus municipal que leva de Snowmass para Aspen a cada 15 minutos, é bárbaro!

À noite em Snowmass pode-se jantar no próprio chalé, na vila ou ir até Aspen passear, ver lojas e jantar.

Os bons restaurantes e as boas lojas estão em Aspen. O hotel Jerome, um dos mais antigos da cidade (1889) é muito charmoso e vale uma visita.

Snowmass possui uma vila própria, com restaurantes, lojas charmosas e opções excepcionais de hospedagem, com o maior número de hotéis e flats localizados na parte de cima da montanha.

Possui também parques, pistas para todos os níveis, teleféricos panorâmicos. Pode-se fazer caminhadas pelas montanhas, entre as árvores e mirantes.

A paisagem e as pistas já valem o passeio.

Mas na vila também há galerias de arte, clubes noturnos e cinema.

A escola de sky para as crianças é ótima. Os monitores pegam as crianças as 8h30 da manhã e devolvem as 15h30 da tarde; elas almoçam na montanha e se divertem muito.




O snowboard (foto) também é muito praticado, com campeonatos no final de cada temporada e com alguns professores brasileiros.

Um passeio que recomendo vivamente é o Krabloonik (em Esquimó, termo para designar “homem branco”), ao lado do Crestwood Condom.

Imagem de Krabloonik


O programa é completo: pode-se ir pela manhã, fazer o passeio e depois almoçar, ou ir a tarde e depois jantar.

Trata-se de um restaurante rústico com enormes janelas panorâmicas, de onde se pode contemplar a incrível vista das montanhas.

Na chegada assiste-se a um vídeo que mostra como será o passeio em trenó, controlado por homens e puxado por cães Toklat (mistura de raças – Malamute, Eskimo e Siberiano, conhecido mais pelo nome de Husky – famosa pela habilidade e físico para puxar trenós na neve). Em seguida distribuem botas e cobertores para uso nos trenós.


O passeio propriamente dito – com os cachorros
é maravilhoso e muito excitante!


São subidas e descidas que chegam a mil metros de altura!

Na subida dois homens vão a frente puxando os 10 cachorros, que por sua vez, puxam o trenó.

Quando começa a descida, os homens saltam, montam na parte de trás do trenó e agem como se estivessem esquiando, em uma velocidade impressionante.

É muito divertido!!

Depois servem um aperitivo ao pé da lareira e em seguida o jantar no restaurante.

É um programa completo para toda a família; caro, mas muito bom!

Boa Viagem!!


Serviço:

Brother’s Grille – 100 Fall Ln.#5 – Snowmass, Co.
Tel (970) 923.8286
$ moderate

The Sweet Life – 69, Wood Road, suíte 114 – Snowmass, Co.
Tel: (970) 923.9903
$ moderate
Café Suzanne – Snowmass Mountain, Co.
Tel: (970) 925.1220
$ moderate

Gwyn’s High Alpine – Snowmass Mountain, Co.
Tel: (970) 923.5188
$ moderate

Su Casa (Tex-mex) – 315, E.Hyman – Aspen, Co.
Tel: (970) 920.1488
$ - moderate

L’Artisan (no hotel The Stonebridge Inn) – 300 Carriage Way – Snowmass, Co.
Tel: (866) 924.0501
$ – moderate

Mezzaluna – 624, E.Cooper – Aspen, Co.
Tel: (970) 925.5882
$$ - pricey

Krabloonik – 4250, Divide Road – Snowmass, Co.
Tel: (970) 923.3953
$$ expensive

Ruth’s Chris Steakhouse – 447, E. Cooper – Aspen, Co.
Tel: (970) 925.1167
$$ - expensive

The Crestwood Condominiums – 400 Wood Road – Snowmass Village, Co.
Tel: (970) 923.2450
Reservas: (800) 356.5949 ou res@thecrestwood.com

Hotel Jerome – 330 E. Main Street – Aspen, Co.
Tel: (970) 920.1000
Reservas: (877) 412.ROCK



Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders