Seria a ação do tempo inexorável sempre? Para um grande leque de assuntos e principalmente para nós, seres humanos, diria que sim. Mas no caso dessa coluna sobre viagens, me permito dizer que não necessariamente. Lembremos apenas das 4 crônicas que acabo de publicar sobre Portugal, onde falei de tantos monumentos, museus e palácios preservados e restaurados a serem visitados e apreciados. Há ainda que lembrar todos os problemas pelos quais a Europa já passou nesses tantos séculos de existência (guerras, terremotos, grandes incêndios). Como podem eles a despeito de tudo isso conservar a história, ou pelo menos boa parte dela, e progredirem, e conviverem muito bem com o velho e o novo? Serão eles diferentes de nós? Ou seja, nesse caso a ação do tempo parece ter sido bem “orquestrada”, uma vez que a coexistência por lá entre o velho e o novo parece bem equilibrada.
Todas essas palavras são para tentar compreender o porquê em nosso país parece quase impossível pensar em progresso e crescimento, preservando a história e a qualidade do que já existe e é belo.
Um pouco sobre a história da Ilha
Conhecida por muitos como a "Pérola do Atlântico", o Guarujá representa hoje uma mescla cultural originária dos diversos colonizadores que passaram por lá e ergueram muralhas, igrejas e outras construções de valor arquitetônico e histórico.
Inúmeros personagens da história ali estiveram, dentre eles: Padre Anchieta, Vicente de Carvalho (o poeta) e Santos Dumont, o Pai da Aviação.
Fundada em 2 de Setembro de 1893 como empresa balneária, Guarujá contava com um hotel, uma igreja, um cassino e 46 chalés encomendados dos Estados Unidos, desmontáveis e construídos em pinho da Geórgia. Desde sua fundação pelos portugueses, em 1540, até meados do século XIX, a Ilha de Santo Amaro, onde se localiza a cidade, era ocupada por vários sítios onde, no tempo da escravidão, eram escondidos negros contrabandeados da África. Tinha grande importância estratégica, pois defendia a entrada do estuário. Em 1829 foi construído o Farol da Ilha da Moela para dar segurança aos navios que se aproximavam da Baía de Santos. Uma estrada de ferro passou a ligar o Estuário de Santos à nova Vila. A locomotiva a vapor que fazia o trajeto entre Itapema e a Vila Balneária (Guarujá), atualmente pode ser vista em exposição no centro do Guarujá. O Hotel Cassino La Plage foi destruído em um incêndio em 1897 e reconstruído mais tarde. Foi num dos quartos deste hotel, uma importante construção dos anos 30, que em 1932, se suicidou Santos Dumont, o pai da aviação.
O Guarujá é uma ilha. Fica separado de Santos pelo canal de entrada dos navios que se dirigem ao porto. A maioria não vive nos elegantes edifícios modernistas erguidos junto à orla, mas em bairros distantes, vilas e 58 favelas que tomam os morros e as áreas aterradas de mangue. Há explicações para o inchaço do município. Fundado no início do século XX, o Guarujá era o destino favorito dos veranistas que, além do sol, iam atrás das mesas de roleta e bacará de seu famoso cassino, fechado quando o jogo foi proibido no Brasil, em 1946. Nos anos 70 houve a explosão imobiliária. Migrantes nordestinos chegaram atraídos pelos empregos na construção civil. Surgiram favelas, as praias se encheram além da conta, cessaram os investimentos e os problemas começaram. Veranistas com dinheiro foram para o Litoral Norte.
Duas barcas (balsas) possibilitavam o transporte de passageiros da estação da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (em Santos) ao atracadouro do Balneário, em Itapema. O Ferry Boat (serviço de travessia marítima para automóveis entre Santos e Guarujá) foi inaugurado em 1922. As balsas existem até hoje e para quem não estiver com muita pressa é um belo passeio vir por Santos, passear na orla marítima e pegar a balsa para chegar ao Guarujá.
A Rodovia Piaçaguera-Guarujá foi inaugurada em 1957 ligando a cidade à Via Anchieta em Cubatão. Em 1990 o grande crescimento da cidade exigiu a sua duplicação e foi a partir daí que todos começamos a usá-la. A orla marítima é uma das mais valorizadas do litoral paulista. Sendo uma ilha, está cercada de praias de todos os tipos e para todos os gostos. São mais de 20 praias! Algumas das praias mais conhecidas: Pitangueiras, Astúrias, Tombo, Guaíuba, Enseada, Sorocutuba, Mar Casado e Pernambuco, Perequê, São Pedro e Iporanga.
A cidade voltou a ser uma boa opção para o verão. Guarujá se esforça para que voltem a chamá-lo, como no passado, de a “Pérola do Atlântico”.
Praia das Pitangueiras – 1.800 m
É a mais conhecida do Guarujá, maior concentração de turistas, e de grandes edifícios por toda sua faixa costeira. Essa praia no passado era conhecida como Praia das Laranjeiras, pois ali havia uma cultura de laranjas de propriedade de d. Maria Malta, com o passar do tempo as laranjeiras foram substituídas por pés de pitangas, daí o nome Pitangueiras.
No extremo oeste da praia fica o Ed. Sobre as Ondas, um capítulo da história do Guarujá, quando a maré está alta, chega a bater em sua base.
Praia de Pitangueiras |
No extremo oeste da praia fica o Ed. Sobre as Ondas, um capítulo da história do Guarujá, quando a maré está alta, chega a bater em sua base.
Os dois edifícios mais antigos do Guarujá: Sobre as Ondas e Monduba.
O edifício Sobre as Ondas, dos arquitetos Oswaldo Corrêa Gonçalves e Jayme Campello Fonseca Rodrigues, até hoje marca a paisagem do Guarujá, mantendo as características que o tornaram um referencial dentro da arquitetura moderna.
Edifício sobre as Ondas |
Praia das Astúrias – 1000 mts.
A praia das Astúrias é vizinha a Pitangueiras. É mais calma que a sua vizinha, mar tranqüilo e relaxante. Quando a maré está baixa dá para atravessar a pé e é um ótimo Cooper,sair de Pitangueira indo até o final das Astúrias e voltar: dá quase 4 kms.
Praia das Astúrias |
Praia do Tombo – 856 m
É uma praia simpática, não tão cheia como as outras. Do ponto de vista urbano, a praia recebeu um tratamento especial, apresenta um belo calçadão; a ausência de grandes prédios a beira da praia é outro fator que colabora para o encanto do ambiente. O que se vê são hotéis e grandes mansões.
Praia do Tombo |
Forte dos Andradas
Ao lado da praia do Tombo, também chamado de Forte do Monduba inaugurado em 1942 como principal ponto de defesa da entrada da baía de Santos ao sul da ilha. As visitas podem ser feitas nos finais de semana e feriados sem chuva mediante recolhimento de uma taxa.
Praia do Guaiúba
É uma praia pequena logo apos a entrada para o Forte dos Andradas, cercada de morros. Tem muitos condomínios e casas, cortados por ruas de terra, com aspecto mais intocado que o resto da orla.
A esquerda de quem sai de Pitangueiras:
Morro do Maluf
O Marco Zero do Guarujá e o ponto geográfico que divide as praias de Pitangueiras e Enseada. Local ideal para fotos panorâmicas e também ponto oficial de saltos de Asa Delta e Paraglider. Do seu topo se tem uma visão panorâmica de boa parte da cidade e da Ilha das Cabras. O paredão, em um dos lados, é ideal para pescar.
Praia da Enseada – 5.650mts.
É a praia mais extensa do Guarujá. Para os andarilhos andar a praia toda (ir e voltar) são 11kms.! Tem sempre muita gente andando no calçadão que ficou ótimo, cheio de quiosques para se tomar uma água de coco. É a praia que oferece mais atividades. Na ponta da praia vários tipos de esporte.
Aquário
Aqua Mundo, no Guarujá, é o maior aquário da América do Sul. Localizado na Praia da Enseada, tem 8 mil animais de 235 espécies, de água doce e salgada. A maior atração é o Oceano, tanque gigantesco que mostra grandes cardumes como se estivessem em mar aberto.
Jardim Virgínia
Localizado na enseada é um bom lugar para se ter casa ou alugar para as férias. A praia da Enseada ainda é uma boa opção por não ser tão cheia como a de Pitangueiras e Astúrias.
Hotel Casa Grande
Fica no local onde foi erguida a primeira casa da Enseada de propriedade de Miguel Estefano. Seu neto Carlos Eduardo Estefano foi quem construiu o hotel nos idos de 70. Foi feito com muito capricho. O hotel quando inaugurou era uma maravilha, nos mínimos detalhes. Você podia olhar para qualquer lugar que era perfeito, desde o chão de tábuas largas antigas até o teto no estilo das casas coloniais. Carlos Eduardo fez o hotel se espelhando na casa de fazenda de sua família em Catanduva. Foi vendido há alguns anos e hoje o Casa Grande Hotel é o maior e mais completo resort do litoral paulista. É membro do "The Leading Hotels of the World", associação que reúne os hotéis mais confortáveis e luxuosos do mundo. Destaque para o Spa completo, e também uma das maiores estruturas de eventos do litoral brasileiro.
Morro do Costão das Tartarugas
Mirante de fácil acesso com visão para o Costão das Tartarugas. No local existe o Restaurante Vista Linda, com terraços cobertos e ao ar livre. Acesso fácil pela estrada asfaltada, no final da Av. Miguel Stéfano. É ao lado de onde ficava o clube Samambaia, famoso desde a época de 60: incrustado nas rochas junto às águas calmas do mar da enseada.
Na definição de José Tavares de Miranda, à época o colunista social mais influente de São Paulo, ele era simplesmente “o mais exclusivo club marinho do Hemisfério Sul”.
O Club Samambaia nasceu no lugar e na hora certos: Guarujá, início dos anos 1960. Autodenominado “A Pérola do Atlântico”, o balneário paulista vivia seus anos dourados. Brilhava tanto que chegou até a merecer uma alfinetada: “Em São Paulo costumam dizer que os pobres voam para Buenos Aires, os abastados para a Europa e os milionários autênticos para as praias do Guarujá”, Privados de seus cassinos em razão do conflito, não foram poucos os potentados europeus que ali procuraram refúgio, aproveitando as delícias do Grand Hotel de La Plage, maravilha para os cinco sentidos, arquitetada por Ramos de Azevedo na praia das Pitangueiras, com suas mesas que não tinham limite para apostas. O jogo foi proibido em 1946, o cassino fechou, o hotel acabou falindo e terminou sendo demolido. Guarujá, no entanto, continuou a ser o recanto predileto dos ricos paulistas, sendo que a nata dos happy few ainda pode ser encontrada no exclusivíssimo Samambaia.
A história do clube começa em 1960, conta-nos o cronista Geraldo Anhaia Mello, quando Luís Eduardo Campello, e sua mulher, Alice Moraes Barros Campello, uma das mais refinadas moças da sociedade paulistana, ousaram adquirir todo o morro da península de Santo Amaro, no canto esquerdo da praia da Enseada, para nele implantar um loteamento. O arquiteto californiano Charles “Chuck” Bosworth foi escolhido para projetar o empreendimento. Chuck sobrevoou várias vezes a península e desenhou as ruas de forma a preservar ao máximo as grandes árvores do lugar, além de controlar as águas pluviais para evitar a erosão. As mais de dez mil samambaias que havia no local foram mantidas. Os terrenos foram vendidos a um grupo seleto de pessoas. Tão seleto que, em março de 1962, a revista Fatos & Fotos redefinia a península como “uma república particular de 220 famílias”.
Ao lado do clube, Chuck imaginou um condomínio vertical para ser ocupado pelos Campello e seus amigos mais íntimos. Alguns sócios, mordidos de inveja daqueles que ocupavam os privilegiados apartamentos, apelidaram o conjunto habitacional de “favelinha”.
“Foi uma coisa de cearense louco”, costumava dizer carinhosamente Alice Campello, já falecida, sobre o empreendimento do marido, Luís Eduardo. A placa de inauguração, exibida em bronze na entrada, traz 21 nomes de expressão, entre eles W. Schueltz Wenk, presidente da Volkswagen, o genial dramaturgo Alfredo Mesquita, que hoje dá nome à Escola de Arte Dramática da USP, Gastão Eduardo Bueno Vidigal, Ermelindo Matarazzo, Mauro Monteiro, Pietro Rivetti, Rubens Alves de Lima, Francis Souza Dantas Forbes e Alfredo Giorgi. É claro que, além de negócios, o clube gerou encontros e desencontros. Casamentos começaram e terminaram em suas famosas festas e nas tardes quentes e sensuais ao lado de sua piscina.
Dom Domenico Rangoni, o padre de Guarujá, figura super conhecida construiu um excelente hospital, uma creche e uma faculdade na cidade com a ajuda financeira dos sócios do Samambaia. Podia-se ver muitos iates maravilhosos e lanchas parados em frente ao clube nos fins de semana. Oficialmente, a temporada de verão no Guarujá só começava com o baile de gala do Samambaia.
O clube Samambaia fechou suas portas em 2008.
Praia de Pernambuco e Mar Casado – 1.500 m
A Praia de Pernambuco foi muita famosa nos idos de 60, 70. O Hotel Jequiti-mar era um must. Super bem freqüentado e tendo ao lado a casa de Jorge Prado e Veridiana “Vejomar”, maravilhosa e que junto com o Jequiti faziam festas maravilhosas e inesquecíveis para quem teve a sorte de freqüentar. À esquerda da sede do hotel, no morro, tem um condomínio de casas muito simpático, feito pelo arquiteto Marcos Tomanik. Todas as casa tem uma vista deslumbrante da praia. Ao lado da praia de Pernambuco, está a Praia do Mar Casado: é ideal para quem prefere as ondas mais calmas, ótima para andar de jet-ski e praticar outros esportes aquáticos.
Praia de Pernambuco |
Silvio Santos comprou o Jequiti há anos e finalmente construiu o Sofitel Jequitimar, já em funcionamento desde dezembro de 2006. O hotel recuperou a bela praia de Pernambuco com sua presença e posso dizer o mesmo sobre o condomínio de casas Sofitel Jequiti-mar, vizinho ao hotel. Fez o maior sucesso e todas as casas foram vendidas no ato por prêços astronômicos.
Os privilegiados tem somente uma pequena rua de pedestres entre eles e a Praia do mar Casado. Realmente é um lugar muito seleto e quase único.
O antigo Hotel Jequitimar, inaugurado em 1962, tinha um cassino no seu interior, e por muitos anos foi, um dos mais sofisticados hotéis do litoral paulista. Seu auge foi na década de 70 e era frequentado por celebridades como o ator Kirk Douglas, a princesa Ira von Fürstemberg, além de artistas como Di Cavalcanti e Manabú Mabe, Emerson Fittipaldi e Pelé, entre outros.
Restaurantes do Sofitel: o principal deles, que é ótimo é o Les Épices, ou então à esquerda, assim que se entra no hotel, várias escolhas que vão desde um restaurante (Mar Casado) com peixes deliciosos, o Kid’s para as crianças, o Lobby Bar L’ Eau Vive com piano bar, o Brisa Restaurante com cozinha clássica internacional, um bar na piscina (Pool Bar) e por fim um café do séc. 21 (Cyber Café), onde além do tradicional café oferece bebidas em geral e computadores com internet e ligados em Lan (Lan House).
Hotel Sofitel Jequiti Mar |
Ilha dos Arvoredos
A Ilha dos Arvoredos localiza-se em frente à Praia de Pernambuco, a uma distância de 1,6 quilômetros da costa. Sua área total é de 36 mil metros quadrados. Concedida pelo Serviço de Patrimônio da União em 1950 ao engenheiro mecânico Fernando Eduardo Lee, por meio de um contrato de uso cedido pelo Serviço de Patrimônio da União, a Ilha tornou-se um centro de pesquisas ecológicas e científicas.
Chamada carinhosamente por ele de Ilha Encantada, a Ilha dos Arvoredos recebeu várias obras de engenharia. Uma delas, um enorme pássaro “Phoenix” (símbolo da eternidade), com 90 toneladas de concreto, serve de travamento do guindaste com cesto que iça os visitantes e materiais. Este é o único acesso à Ilha. Visitei a ilha nos anos 70 a convite de Fernando Lee e foi uma experiência inesquecível. Dá um pouco de medo de se ver içada por aquele bico gigante dentro de um cesto meio balançando no ar.
O canhão que saúda os visitantes é impressionante, exemplar que o próprio Fernando Lee construiu em 1932 para as forças paulistas na Revolução Constitucionalista. Cerca de 600 metros de passarelas levam os visitantes aos diversos recantos, como a Praça da Alegria e o Banco da Filosofia. A fauna e a flora da Ilha encantam por sua diversidade. A Ilha possui pequenos lagos, viveiros para pássaros, tanques para a criação de peixes e jardins.
A Ilha dos Arvoredos é auto-suficiência em água potável, energia solar e eólica. Para aquecer a água, foram instalados os solaróides, os primeiros aquecedores por meio de energia solar do País. Os ventos também são fonte de energia. Uma torre similar a um farol marítimo suporta a hélice do captador de vento, que gera a energia que abastece a Ilha.
A Ilha dos Arvoredos é auto-suficiência em água potável, energia solar e eólica. Para aquecer a água, foram instalados os solaróides, os primeiros aquecedores por meio de energia solar do País. Os ventos também são fonte de energia. Uma torre similar a um farol marítimo suporta a hélice do captador de vento, que gera a energia que abastece a Ilha.
Uma das principais pesquisas realizadas na Ilha dos Arvoredos foi com a plantação de Neumarica carúlea, vegetação que se reproduz mergulhando uma de suas longas folhas na terra, para formar um umbigo e dar vida a outra planta, sendo ela usada para conter encostas e prevenir a erosão do solo. Com esta experiência, Dr. Fernando Lee obteve o prêmio “Hugh Hammond Bennet International" outorgado em 1982 pela Sociedade de Conservação do Solo dos Estados Unidos, um dos inúmeros prêmios e condecorações recebidos pelo engenheiro paulista descendente de americanos.
Para manter, administrar e preservar a Ilha dos Arvoredos, foi criada em 1984 a Fundação Fernando Eduardo Lee. Dez anos depois, Fernando Lee, o idealizador da Ilha Encantada, veio a falecer aos 91 anos. Atualmente, a família Bonini, da Universidade de Ribeirão Preto — Campus Guarujá, está à frente da direção da Fundação.
Fernando Lee foi um homem de visão, com várias realizações e precursor de inúmeras tecnologias hoje em uso. Nasceu em São Paulo, no bairro da Bela Vista, em 1909. Seu avô era norte americano, estudou na Escola Americana de São Paulo e na Horace Mann School, em Nova Iorque. Frequentou a Lafayette University, em Easton, na Pennsylvania, Estados Unidos. Foi na Revolução de 1932 que Fernando Lee deu asas à sua inventividade, construindo canhões bombardas calibre 65 mm.
Seu lado exploratório e científico tem início em 1926, quando participou da expedição do Museu Nacional de Denver, no Colorado, Estados Unidos, permanecendo cinco meses na fronteira do Brasil com a Bolívia.
Fernando Lee foi pioneiro no plantio de tunge (uma semente usada na indústria de tintas e vernizes como secante) no Brasil. Fernando Lee, entendendo a necessidade de dar continuidade as suas pesquisas, aos 80 anos criou a Fundação Fernando Lee, seu laboratório natural, a Ilha dos Arvoredos.
O acesso à Ilha é feito pelo mar, mas a visita é controlada pela Fundação Fernando Lee.
Ilha dos Arvoredos |
Jardim Acapulco
O paisagista Victor Del Mazo aproveitando ao máximo a beleza natural da região desenvolveu um projeto muito bonito. No início eram apenas alguns lotes, e hoje, a área total é de quase 4 milhões de metros quadrados, distribuídos em três glebas com cerca de 80% do loteamento já ocupados por lindas casas, são mais de 2 mil residências de alto padrão e mais de 100 construções em andamento.
Hoje o Jardim Acapulco ganha status de bairro de luxo. Localizado a poucas quadras da Praia do Pernambuco, o loteamento é muito conhecido por suas mansões e sofisticação. Segurança acima de tudo, o loteamento possui desde a sua portaria até os arredores, vigilantes treinados para preservar a paz 24 horas por dia.
Praia do Perequê
É uma praia de pescadores; é muito bonito passar por lá e ver a quantidade de barcos de pesca no mar, chegando ou já ancorados no final do dia. É o melhor lugar da cidade para comprar peixes e frutos do mar. Muitos restaurantes estão instalados aí e acho uma boa opção parar para comer um aperitivo (casquinha de siri, lula frita ou sardinha e tomar um ótimo suco.
Praia do Perequê
Praia de São Pedro e de Iporanga
Eu costumava ir para São Pedro no final dos anos 60, quando a Brascan ainda não tinha comprado a praia do João Paulo Arruda, mais conhecido por Zumbi, nosso querido amigo. A praia era deserta, só tinha uma casinha de caiçara. Costumávamos passar o dia lá e esquiar no canal. O pai do Zumbi represou o leito da área onde desaguava uma cachoeira e construiu uma piscina natural. Os banhos de piscina e de cachoeira eram e ainda são – para poucos – maravilhosos! Foram férias inesquecíveis!
Cachoeira Iporanga
Hoje o condomínio Iporanga, na minha opinião, é um dos melhores de São Paulo: é perto, de Guarujá 25kms. E de São Paulo 100kms. Além da praia ser frequentada somente por moradores, o que é quase uma raridade nos dias de hoje, tem casas maravilhosas. O condomínio foi projetado de acordo com as mais modernas normas de preservação ecológica. Tem uma sede ao lado da cachoeira muito simpática, onde se pode tomar aperitivos e fazer festas para adolescentes.
Praia São Pedro |
Bons programas para se fazer no Guarujá:
Assistir ao pôr-do-sol, tomando água de coco, no canto do Morro do Maluf, com sua bela vista da Praia das Pitangueiras.
Paquerar surfistas parafinados ou gatas saradas na Praia do Tombo.
As especialidades dos três melhores restaurantes da ilha: a mariscada do Joca, o camarão do Dalmo Bárbaro e os peixes do Rufino's.
Percorrer a orla da cidade, num passeio de barco ao redor da ilha.
Contar com amigos que tenham casa em praias exclusivas, como Iporanga, para que liberem a entrada na portaria.
O chope bem tirado do Rudy's, na agitada Rua Rio de Janeiro.
Para finalizar uma poesia de Fernando Pessoa:
"Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!"
Boa viagem!
Hotéis e Restaurantes:
Hotel Sofitel Jequitimar Guarujá
Av Marjorie da Silva Prado 1100
Praia de Pernambuco
11444-000 Guarujá, SP
Tel.: (13) 2104-2000
Casa Grande Hotel Resort SPA
Av. Miguel Stéfano, 1001
Praia da Enseada
Guarujá, SP
Tel.: (13) 3389-4000 / 0800 116 562
Restaurante Rufinos
Av. Miguel Stefano, 4795
Enseada
Tel.: (13) 3351-5771
Restaurante Dalmo Bárbaro
Estrada Guarujá-Bertioga – Fazenda Perequê
Tel.: (13) 3305-1016
Av. Miguel Stefano, 4751
Tel.: (13) 3351-9298
Restaurante Joca
Estrada Guarujá-Bertioga km 12, Perequê
Tel.: (13) 3305-1186
Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders
13 comentários:
Querida Yeda
Adorei sua lembrança de nos falar sobre o Guarujá!
Bjs,merci,
Ana
Yeda que grande matéria! Voce foi buscar nosso passado que está todo lá.Quem não tem em seus álbuns alguma fotografia em Guarujá?
Voce poderia recolher isso que possivelmente virá a ser o livro de uma geração..inclusive te digo: o símbolo da samambaia do clube, foi desenhado por Arnaldo Pedroso d´Horta.Ví mês passado numa bela retrospectiva dele ,na Pinacoteca com direito a filme e palestra.
Muitos beijos adorei Bebel
Oi querida uma delicia de ler suas estórias . Lisboa foi super legal
Bjs
Charlô
Oi Yeda
Adorei o artigo sobre o Guarujá!!!!!!!
Vamos lendo...
bjos
Lia
Parabéns pelo artigo,frequento o Guarujá há 50 anos e desconhecia vários aspectos que voce bem relatou
Abraços
Mauricio
Oi Yeda
Que delicia de leitura, tão proximo de nós esse Guarujá e tão esquecido!
Mil beijos
Miriam
Quantas lembranças boas..bjoss sandra
Oi Yeda
Sempre passo minhas férias no Guarujá,este litoral que amo tanto. Foi bom aprender com você, desconhecia muitas coisas...
Beijos
Cláudia
Olá...
Muito bom recordar...dá mais vontade de voltar!
Obrigado pelo prazer de relembrar, sua descrição é perfeita!
Guarujá...maravilhoso!
Abraço
Jean
Olá Yeda
Excelente matéria sobre o Guarujà dos anos 70, onde eu passava minhas férias de verão em uma casa na rua Rio de Janeiro, pertinho do Centrinho, do Cine Praiano e do Clube da Orla que eramos sócios. Guarujá estará sempre vivo na minha lembrança! Obrigado por me fazer lembrar destes tempos bons.
Muito boa a matéria. Estou frequentando o Guarujá recentemente e não sabia nada sobre sua história. Apesar de hoje não parecer tão bom quanto antigamente, ainda assim amo essa Ilha.
As instalações do clube Samambaia ainda existem?
Caro Paulo, acredito que não, mas da próxima vez que eu for vou verificar e te aviso.
Abs.,
Yeda
Postar um comentário