O Tibet é uma
das regiões mais altas que existe e por isso é conhecido como o telhado do
mundo. Na Ásia ao norte do Himalaia, encontra-se o pico mais alto, o Monte
Everest com 4.900mts.
A minha primeira impressão ao chegar na cidade de Lhasa, capital do Tibet, e também conhecida como ‘Terra Sagrada’, foi de uma cidade muito pequena e pobre.
A atmosfera é muito seca e para quem não está acostumado com grandes alturas, é muito difícil respirar: para se ter uma idéia, até no hotel eles oferecem oxigênio em garrafas portáteis logo no check-in. Muitas pessoas do nosso grupo recorreram ao oxigênio várias vezes para se sentirem melhor.
O Tibet é hoje uma região autônoma da China com importante tradição budista. Foi onde morou o Dalai Lama, líder espiritual e governador do Tibet.
A China alega ter evidências de que o país lhe pertence desde tempos ancestrais. Essa situação só foi interrompida em 1912, quando a revolução republicana chinesa pôs fim ao império da China. Nessa ocasião os tibetanos aproveitaram a confusão para expulsar os chineses e declararam sua independência. Em 1959, após vários conflitos, a China comunista invadiu o Tibet e está lá até hoje.
O Dalai Lama, líder religioso e político do Tibet, teve que fugir a pé com seus seguidores pelas montanhas. Atualmente, ele está exilado na Índia, de onde luta pela independência de seu país.
Em 1989 o décimo quarto Dalai Lama ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha sem-violência pela liberdade do Tibet.
A arte tibetana é fundamentalmente sacra, refletindo a forte influência do budismo tibetano nessas culturas.
A princesa chinesa Wen Ju, uma das esposas do rei tibetano Song Tsen Gampo, trouxe um par de antigas estátuas de sândalo em tamanho natural do Buda Shakyamuni da China: são peças únicas feitas durante a vida dele. São essas estátuas, hoje guardadas como relíquias, que estão no templo de Jokhang em Lhasa e que são veneradas por milhares de peregrinos tibetanos.
A segunda imagem mais importante no Tibet é uma em sândalo de Avalokiteshvara, conhecido como o bodhisattva patrono da Terra das Neves.
A música do Tibete reflete a cultura da região do Himalaia e também simboliza os grupos étnicos do Tibete que são de origem da Índia, Butão e Nepal. A música tibetana é principalmente religiosa, refletindo a profunda influência do budismo tibetano sobre a cultura do país.
Uma das mais importantes tradições musicais no Tibet começou no século XII que é a tradição Lama Mani onde narram parábolas budistas. Através de contadores de história, que viajavam de vilarejo em vilarejo, os ensinamentos budistas eram escutados e visualizados junto com as pinturas. Num país que não há jornais ou outros meios de comunicação essa forma de expressão musical possibilita levar a informação para as massas populares.
A maneira dos tibetanos rezarem é ir andando em volta desses instrumentos, passando a mão e fazendo-os girar: ao mesmo tempo vão entoando mantras que são recitados de forma ressonante e com sons graves.
Há uma série de fatores que diferenciam um tapete do Tibet. Eles são feitos a mão da lã de ovelhas do planalto tibetano. O método knotting usado pelos fabricantes chamou a atenção dos amantes de tapete no mundo todo. Desenhos geométricos, mitológicos e outros derivados de tradições chinesas têm dominado os desenhos dos tapetes por anos.
Museu de Arte ModernaI
naugurado em Outubro de 1999 como museu oficial da Região Autônoma do Tibet, é o primeiro museu de arte moderna de grande porte, com uma exposição permanente da história cultural do Tibete. Seu acervo possui cerca de mil objetos, da arte tibetana aos grandes projetos arquitetônicos da história do país. Achamos de um gosto duvidoso, acredito que mais chinês do que tibetano.
Museu do Chá
Para os amantes de chá, o museu será inaugurado ainda esse ano em Lhasa. A China Tibetan Tea Union Company Ltd investiu 100 milhões de yuans (R$ 22 milhões) nesse museu, que será o primeiro a dar realce à cultura de chá tibetano desde a antiga tradição do chá durante a Dinastia Tang.
O Palácio Potala é um must! Realmente incrível. É um edifício enorme de 276 degraus, com túmulos dos vários Dalai Lamas, do 5º ao 13º. São salas bem pequenas com uma stupa enorme dentro: só para se ter uma idéia, a do oitavo Dalai Lama pesa 400k e a do nono 3.275k de ouro.
O palácio foi por muito tempo a moradia do Dalai Lama, também um mosteiro e centro do governo. Hoje, seus treze andares e mais de mil quartos abrigam um museu.
O Palácio é dividido em dois: Palácio Branco, que serviu de moradia do quinto ao décimo Dalai Lama, e o Palácio Vermelho, onde se situam várias capelas e estátuas dos antecessores do Dalai Lama atual, inclusive uma que é feita de ouro e enfeitada com pedras preciosas, de três andares.
É muito interessante ver os tibetanos rezarem! Um belo exercício abdominal!
O Templo Jokhang é muito bonito. Subimos no 2º andar e vimos uma vista do Potala e de Lhasa com as montanhas cobertas de neve nos picos, maravilhosa!
É o santuário mais sagrado do Tibet, com mais de 1.300 anos, onde monges cantam, rezam e incensos são queimados, lembrando toda a tradição milenar a qualquer turista que passar por ali.
O palácio Yumbu Lakhang na cidade de Tsetang foi o primeiro palácio do Tibet, construído no século II a.c. para o primeiro rei do Tibet. Quando a capital mudou-se para Lhasa, no século VII, o palácio tornou-se um monastério.
Mosteiro Drepung
O mosteiro Drepung, fundado em 1416, é o maior do Tibet e fica a cinco km de Lhasa. Eu tive a impressão de ser tudo bem pobre, porém dentro há várias estátuas de budas muito bonitas. Nessa época haviam cerca de 300 monges morando lá.
Mosteiro Sera
No mosteiro Sera, fundado em 1419, assistimos a uma aula com vários monges, uns em pé e outros sentados. Os que estão em pé fazem perguntas sobre a filosofia budista. E quando eles erram, os professores passam a mão na cabeça dos alunos e batem palma para chamar atenção.
O mosteiro sofreu graves danos em 1959, teve suas escolas destruídas e centenas de monges foram mortos: os que sobreviveram ao ataque mudaram para a Índia e fundaram um mosteiro semelhante ao do mosteiro original do Tibet, com a ajuda do Governo da Índia.
Hoje existem 3.000 monges que vivem em Sera na Índia com atividades missionárias para diversos países, propagando o conhecimento do budismo.
Mosteiro Ganden
Localizado no topo da Montanha Wangbur, a 36 km de Lhasa foi fundado em 1409. Ganden significa alegre. Esse Mosteiro foi completamente destruído durante a rebelião de 1959 e desde os anos oitenta vem sendo reconstruído.
O mosteiro continha mais de duas dezenas de grandes capelas com grandes estátuas de Buda. Na maior capela cabia 3.500 monges. Tenzin Gyatso, o atual Dalai Lama, teve seu exame final de licenciatura em Ganden em 1958.
Curiosidade:
A montanha é um destino sagrado tanto para hindus quanto para tibetanos. Os hindus consideram a montanha o lar do deus Shiva, um dos deuses da trindade do hinduísmo (Brahma o criador, Vishnu o preservador e Shiva o destruidor). Segundo eles o deus Shiva destrói para construir algo novo. E foi assim que surgiu a criação do Yôga, uma prática que produz transformação física, mental e emocional que é atribuída ao deus Shiva.
Para terminar, como não podia deixar de ser, um belo pensamento do Dalai Lama:
"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver".
O Telhado do Mundo - Tibet |
A minha primeira impressão ao chegar na cidade de Lhasa, capital do Tibet, e também conhecida como ‘Terra Sagrada’, foi de uma cidade muito pequena e pobre.
A atmosfera é muito seca e para quem não está acostumado com grandes alturas, é muito difícil respirar: para se ter uma idéia, até no hotel eles oferecem oxigênio em garrafas portáteis logo no check-in. Muitas pessoas do nosso grupo recorreram ao oxigênio várias vezes para se sentirem melhor.
Vista de Lhasa Foto Yeda Saigh |
O Tibet é hoje uma região autônoma da China com importante tradição budista. Foi onde morou o Dalai Lama, líder espiritual e governador do Tibet.
Vista de Lhasa Foto Yeda Saigh |
A China alega ter evidências de que o país lhe pertence desde tempos ancestrais. Essa situação só foi interrompida em 1912, quando a revolução republicana chinesa pôs fim ao império da China. Nessa ocasião os tibetanos aproveitaram a confusão para expulsar os chineses e declararam sua independência. Em 1959, após vários conflitos, a China comunista invadiu o Tibet e está lá até hoje.
Dalai Lama |
O Dalai Lama, líder religioso e político do Tibet, teve que fugir a pé com seus seguidores pelas montanhas. Atualmente, ele está exilado na Índia, de onde luta pela independência de seu país.
Homem se incendeia em protesto contra a ocupação da China no Tibet |
Em 1989 o décimo quarto Dalai Lama ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha sem-violência pela liberdade do Tibet.
Arte do Tibet
A arte tibetana é fundamentalmente sacra, refletindo a forte influência do budismo tibetano nessas culturas.
Jowo Rinpoche - Lhasa |
A princesa chinesa Wen Ju, uma das esposas do rei tibetano Song Tsen Gampo, trouxe um par de antigas estátuas de sândalo em tamanho natural do Buda Shakyamuni da China: são peças únicas feitas durante a vida dele. São essas estátuas, hoje guardadas como relíquias, que estão no templo de Jokhang em Lhasa e que são veneradas por milhares de peregrinos tibetanos.
Avalokiteshvara (1500) |
A segunda imagem mais importante no Tibet é uma em sândalo de Avalokiteshvara, conhecido como o bodhisattva patrono da Terra das Neves.
Música do Tibet
A música do Tibete reflete a cultura da região do Himalaia e também simboliza os grupos étnicos do Tibete que são de origem da Índia, Butão e Nepal. A música tibetana é principalmente religiosa, refletindo a profunda influência do budismo tibetano sobre a cultura do país.
Música ambiente de profunda contemplação. Imagens do Google.
Artista: Gregor Theelen
Trombeta Tibetana |
Uma das mais importantes tradições musicais no Tibet começou no século XII que é a tradição Lama Mani onde narram parábolas budistas. Através de contadores de história, que viajavam de vilarejo em vilarejo, os ensinamentos budistas eram escutados e visualizados junto com as pinturas. Num país que não há jornais ou outros meios de comunicação essa forma de expressão musical possibilita levar a informação para as massas populares.
Instrumentos de Reza Foto Yeda Saigh |
A maneira dos tibetanos rezarem é ir andando em volta desses instrumentos, passando a mão e fazendo-os girar: ao mesmo tempo vão entoando mantras que são recitados de forma ressonante e com sons graves.
Obras de Arte nos Tapetes Tibetanos
Fábrica de Tapete |
Há uma série de fatores que diferenciam um tapete do Tibet. Eles são feitos a mão da lã de ovelhas do planalto tibetano. O método knotting usado pelos fabricantes chamou a atenção dos amantes de tapete no mundo todo. Desenhos geométricos, mitológicos e outros derivados de tradições chinesas têm dominado os desenhos dos tapetes por anos.
Museus
Museu de Arte ModernaI
naugurado em Outubro de 1999 como museu oficial da Região Autônoma do Tibet, é o primeiro museu de arte moderna de grande porte, com uma exposição permanente da história cultural do Tibete. Seu acervo possui cerca de mil objetos, da arte tibetana aos grandes projetos arquitetônicos da história do país. Achamos de um gosto duvidoso, acredito que mais chinês do que tibetano.
Museu de Arte Moderna |
Museu do Chá
Para os amantes de chá, o museu será inaugurado ainda esse ano em Lhasa. A China Tibetan Tea Union Company Ltd investiu 100 milhões de yuans (R$ 22 milhões) nesse museu, que será o primeiro a dar realce à cultura de chá tibetano desde a antiga tradição do chá durante a Dinastia Tang.
Folhas de Chá |
Palácio, Templos e Mosteiros
O Palácio Potala é um must! Realmente incrível. É um edifício enorme de 276 degraus, com túmulos dos vários Dalai Lamas, do 5º ao 13º. São salas bem pequenas com uma stupa enorme dentro: só para se ter uma idéia, a do oitavo Dalai Lama pesa 400k e a do nono 3.275k de ouro.
Palácio Potala Foto Yeda Saigh |
O palácio foi por muito tempo a moradia do Dalai Lama, também um mosteiro e centro do governo. Hoje, seus treze andares e mais de mil quartos abrigam um museu.
Palácio Potala Foto Yeda Saigh |
O Palácio é dividido em dois: Palácio Branco, que serviu de moradia do quinto ao décimo Dalai Lama, e o Palácio Vermelho, onde se situam várias capelas e estátuas dos antecessores do Dalai Lama atual, inclusive uma que é feita de ouro e enfeitada com pedras preciosas, de três andares.
Palácio Potala Foto Yeda Saigh |
É muito interessante ver os tibetanos rezarem! Um belo exercício abdominal!
Lhasa – Tibetanos Rezando Foto Yeda Saigh |
O Templo Jokhang é muito bonito. Subimos no 2º andar e vimos uma vista do Potala e de Lhasa com as montanhas cobertas de neve nos picos, maravilhosa!
Templo Jokhang Foto Yeda Saigh |
É o santuário mais sagrado do Tibet, com mais de 1.300 anos, onde monges cantam, rezam e incensos são queimados, lembrando toda a tradição milenar a qualquer turista que passar por ali.
Interior do Templo Jokhang Foto Yeda Saigh |
O palácio Yumbu Lakhang na cidade de Tsetang foi o primeiro palácio do Tibet, construído no século II a.c. para o primeiro rei do Tibet. Quando a capital mudou-se para Lhasa, no século VII, o palácio tornou-se um monastério.
Yumbu Lakhang Foto Yeda Saigh |
Mosteiro Drepung
O mosteiro Drepung, fundado em 1416, é o maior do Tibet e fica a cinco km de Lhasa. Eu tive a impressão de ser tudo bem pobre, porém dentro há várias estátuas de budas muito bonitas. Nessa época haviam cerca de 300 monges morando lá.
Mosteiro Drepung Foto Yeda Saigh |
Mosteiro Sera
No mosteiro Sera, fundado em 1419, assistimos a uma aula com vários monges, uns em pé e outros sentados. Os que estão em pé fazem perguntas sobre a filosofia budista. E quando eles erram, os professores passam a mão na cabeça dos alunos e batem palma para chamar atenção.
Mosteiro Sera com os monges Foto Yeda Saigh |
O mosteiro sofreu graves danos em 1959, teve suas escolas destruídas e centenas de monges foram mortos: os que sobreviveram ao ataque mudaram para a Índia e fundaram um mosteiro semelhante ao do mosteiro original do Tibet, com a ajuda do Governo da Índia.
Hoje existem 3.000 monges que vivem em Sera na Índia com atividades missionárias para diversos países, propagando o conhecimento do budismo.
Mosteiro Sera Foto Yeda Saigh |
Mosteiro Ganden
Localizado no topo da Montanha Wangbur, a 36 km de Lhasa foi fundado em 1409. Ganden significa alegre. Esse Mosteiro foi completamente destruído durante a rebelião de 1959 e desde os anos oitenta vem sendo reconstruído.
O mosteiro continha mais de duas dezenas de grandes capelas com grandes estátuas de Buda. Na maior capela cabia 3.500 monges. Tenzin Gyatso, o atual Dalai Lama, teve seu exame final de licenciatura em Ganden em 1958.
Mosteiro Ganden Foto Yeda Saigh |
Curiosidade:
A montanha é um destino sagrado tanto para hindus quanto para tibetanos. Os hindus consideram a montanha o lar do deus Shiva, um dos deuses da trindade do hinduísmo (Brahma o criador, Vishnu o preservador e Shiva o destruidor). Segundo eles o deus Shiva destrói para construir algo novo. E foi assim que surgiu a criação do Yôga, uma prática que produz transformação física, mental e emocional que é atribuída ao deus Shiva.
Para terminar, como não podia deixar de ser, um belo pensamento do Dalai Lama:
"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver".
Hotéis:
St. Regis Lhasa
Resort
No.22 Jiangsu Road
Chengguan District
House Of Shambhala
No.7 Jiri erxiang
Tashitakge Hotel
No.7 Lupu 1st Alley
Chengguan District,
Lhasa, China
Kyichu Hotel
No.149 Beijing East Road
Chengguan District
Hotéis:
Tashitakge Hotel
Colaborador: Pedro Henrique A. Pereira
Um comentário:
Oi Yeda.
Eu quero muito ir para o Tibet e ficar um mês por lá, aprendendo sobre a cultura. Talvez, até ficar em alguma instituição religiosa, trabalhando, morando. É possível? Você teria algumas dicas para me dar?
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